quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O que fazer quando a sombra acontece?



O tema desta semana é a importância de "aceitar a si mesmo", incluindo frustrações e sentimentos sombrios. Confira o texto reflexivo da psicóloga Patricia Gebrim, publicado no site Vya Estelar:

A vida é a arte de recomeçar. Ou aprendemos, ou teimosamente sofremos, aprisionados pela nossa falta de flexibilidade, enrijecidos por nossa falta de sabedoria.

Ouçam essa verdade. Muitas vezes as coisas não são como queremos. Mais vezes do que gostaríamos.

Planos não acontecem como imaginávamos, pessoas não agem como desejaríamos, pneus furam, voos são perdidos, aplicações financeiras não rendem o prometido, alguém vê a vaga no estacionamento antes de nós, a pessoa que amamos ama outro alguém, adoecemos no dia de nossa tão desejada viagem, e por aí vai. A vida é feita de tudo isso também. De frustrações, de dores. Às vezes as coisas fluem como planejamos, mas nem sempre, e é nessa hora frustrante, em que tudo parece dar errado, que se esconde uma incrível oportunidade. A oportunidade de crescer, de virar gente grande, a oportunidade de dar um passo adiante e deixarmos de agir como crianças mimadas que esperam que tudo seja como desejamos, como planejamos em nosso mundo de fantasias.

Não, não é fácil, eu sei. Não é fácil lidar com a enorme frustração que se abate sobre nós nesses momentos. Seja compassivo e flexível. Seja gentil consigo mesmo. Não exija perfeição de si mesmo em um momento assim, afinal somos todos humanos. Observe os sentimentos que afloram, como uma nascente que brota de um mar revolto e escuro, das suas entranhas, das suas sombras, do buraco negro que mora dentro de você. Talvez você se sinta perseguido ou atacado pela vida. Talvez seja tomado por uma profunda tristeza, ou sinta uma raiva ancestral. Talvez sinta um ódio profundo por si mesmo. Tudo bem. Observe tudo isso, observe esses sentimentos sombrios que também fazem parte de seu ser. Permita que eles fluam. Sinta-os em cada célula de seu corpo. Eles são uma parte sua, clamando por transformação. Acolha-os, aceite-os. Traga-os para a luz de sua consciência. Sinta, o que quer que estiver sentindo. Permita-se ser tudo o que é. Sinta-se vítima, o pior dos piores, sinta a tristeza, a raiva, o ódio... O que for. Tranque-se em casa. Chore por uma semana. Coma doces até ficar com dor de barriga (se puder, pare um pouco antes), evite as pessoas, blasfeme.

Sinta a presença da sua sombra, até que ela esteja bem perto de você, tão perto a ponto de você poder colocá-la em seu colo, naquele espaço sagrado, perto de seu coração. Então a abrace, a envolva em seu amor, sua sabedoria, sua luz. Sinta compaixão por aquela parte sua, tão assustada e sombria. Respire fundo e aceite.

Aceite o que quer que esteja lhe acontecendo. Aceite a si mesmo. Aceite sua sombra, sua feiura, seu medo, sua dor.

Quando você aceita, você dá um passo. Você para de gastar sua energia julgando sua experiência e passa a criar o momento seguinte da sua vida, e isso é a coisa mais linda e mágica que você pode fazer por si mesmo.

Você caminha na direção do novo, do recomeço. Na direção da cura.

Você cura a si mesmo.

E no final você compreende que foi para isso que aquela dor teve que acontecer.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Mamas do Amor



Hoje, o assunto é o Mamas do Amor, que tive a oportunidade de conhecer e participar de um mutirão. Como a autoestima é fundamental na recuperação das pacientes com câncer de mama, o projeto doa próteses externas para mamas, feitas com alpiste e meias de poliamida, às mulheres que não possuem prótese interna ou não tiveram acesso à reconstrução de mamas através de processo cirúrgico. Confira detalhes:


Em meados de 2016, Fernanda Chahin Bali foi diagnosticada com câncer de mama. Após a retirada das mamas, ela criou um projeto sem fins lucrativos para melhorar a autoestima das mulheres mastectomizadas. O Mamas do Amor nasce de uma vaquinha online e do sonho de doar mil pares de próteses para mulheres no Brasil. Porém, o valor dos Correios impossibilitou o projeto de ir mais longe. O envio chega a custar cinco vezes o valor do produto. Então, agora ela quer doar essa ideia para o mundo e cada pessoa poderá customizar a sua própria mama.



Para fazer as próteses externas, separe dosador, tesoura e meia poliamida 3/4 e alpiste. Despeje o alpiste dentro da meia. Bata para o alpiste assentar. Dê um nó. Envolva a prótese com o restante da meia e faça mais um nó. Corte o excesso. O nó vira o bico do seio. 



Para diferentes tamanhos, basta dosar a quantidade de alpiste: 40 (150 ml), 42 (180 ml), 44 (220 ml), 46 (300 ml), 48 (380 ml), 50 (450 ml), 52 (500 ml), 54 (600 ml). Caso tenha alergia, use com sutiã com abertura lateral. Para banho de mar ou de piscina, coloque a prótese dentro de uma camisinha. Armazene em local seco e arejado. A durabilidade é de 1 ano. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Leveza na vida



Nesta semana, compartilho com vocês o texto de Patricia Gebrim sobre a busca da leveza na vida. Confira a reflexão: 

Você quer leveza na vida, mas recusa-se a deixar ir o peso que o mantém dolorosamente atado ao chão. 
Você caminha pela vida tentando controlar tudo e todos, como um fantasma arrastando suas correntes pelo castelo. Não me admira que viva tão pesado e cansado. 
Você foge de si mesmo e precisa da aprovação do outro para validar quem é. Não me admira que sua auto estima esteja manchada.
Se quiser mesmo dançar na leveza da vida, aprenda a abrir mão, a deixar ir.
Comece aprendendo a ficar sozinho e em paz consigo mesmo. Tão em paz que cobranças e críticas alheias não lhe causem abalo. Tão em paz que você possa suportar que o outro não o aprove, que o outro talvez nem goste de você. 
Aprenda a fluir pela vida em plena aceitação do que quer que cruze seu caminho, faça amizade com qualquer experiência que bata à sua porta. Aceite que a vida é perfeita exatamente como é. Pare de lutar contra tudo e todos. A única luta válida é a luta contra a inércia que o mantém aprisionado nesse lugar tão cinza e pesado.
Largue as correntes que o aprisionam. Abra mão dessa necessidade de proteger o castelo. Descubra que além dos muros existe uma vida inexplorada, esperando por você. 
Ouça. Vá além dos muros do seu castelo. É lá que está a leveza. Nas asas dos pássaros que voam livres.
Não acredite em mim. Vá até lá e sinta por si mesmo!