segunda-feira, 20 de maio de 2013

Repercussão do depoimento de Angelina Jolie


Na semana passada, a atriz Angelina Jolie contou que realizou mastectomia para prevenir o câncer de mama e o assunto foi muito discutido e comentado. Mas o que aprender com essa repercussão? Decidi separar os trechos mais importantes da reportagem da revista Veja sobre o assunto e acrescentar meu depoimento. Confiram:


- “A atitude da atriz é uma lembrança de que as mulheres precisam se antecipar à doença e tomando essa iniciativa vão encontrar a medicina preventiva, o diagnóstico precoce e tratamentos que evoluíram exponencialmente nos últimos anos. ‘O câncer de mama é, sem dúvida, o mais estudado de todos os cânceres e está entre os mais curáveis’, disse o Dr. Paulo Hoff, oncologista do Hospital Sírio Libanês.” Descobri que estava com câncer pela primeira vez, em um exame preventivo quando estava com 50 anos.

- “A cada ano, 1,5 milhão de mulheres de todo o mundo recebem o diagnóstico de câncer de mama, entre elas 53 mil brasileiras. Mas o número de fatalidades cai a cada ano graças aos avanços médicos.”

- “Nos EUA, cerca de 50% das pacientes portadoras dos genes malignos (BRCA1) optam pela abordagem cirúrgica radical preventiva. No Brasil, quatro em cada cinco dessas pacientes preferem a vigilância constante, o estresse dos testes, e fogem do bisturi. A operação reduz em 95% a probabilidade de manifestação da doença. Por que não 100%? Porque o cirurgião tem que manter intacta parte do tecido de modo a garantir a irrigação sanguínea dos mamilos, das auréolas e da pele.” Quando fiz a mastectomia em 2009, achei que nunca mais iria fazer mamografia e ultrassom dos seios. Depois, aprendi todo o tecido que ficou nos mamilos, auréolas e pele ainda precisam continuar sendo investigados nos exames de acompanhamento. 

Tipos de cirurgia: Mastectomia, Quadrantectomia, Linfonodo sentinela

Fiz duas quadrantectomias: uma em 2000 no seio direito e outra em 2001, no seio esquerdo. Fiz a mastectomia em 2009 porque já havia passado por duas quadrantectomias e, em uma única cirurgia, retirei as mamas e coloquei as próteses. Vale ressaltar que minha recuperação pós-cirúrgica sempre foi excelente e, em pouco, tempo, retomava minha vida normal.

Na época, tirei os gânglios das axilas por prevenção, mas não estavam contaminados pela doença. Hoje, com o linfonodo sentinela, isso não teria sido necessário. No entanto, graças a Deus, nunca tive inchaço nos braços. A única restrição que isso me trouxe é que não posso injetar nada nos braços e quando tenho que fazer exames com contraste, por exemplo, tem que pegar a veia no pé. Isso não é nada agradável, mas sempre encontro enfermeiras tão humanas, solícitas e empenhadas em me ajudar que me sinto acolhida o suficiente para suportar a dor.

Exames preventivos 

Mamografia e Ultrassonografia: Desde a primeira vez que descobri que estava com câncer de mama, a mamografia aliada ao ultrassom era muito importante, pois eu tinha uma mama densa. A detecção era com o ultrassom complementando a mamografia.

Pet - CT de mama: Nos meus últimos exames em abril de 2013, realizei este exame não só na mama, mas no corpo todo e, graças a Deus, estou ótima.

Ressonância magnética: Já fiz varias ressonâncias magnéticas e este é um exame importante para um diagnóstico preciso. 

Exames genéticos: Nunca fiz nenhum exame genético, pois eu não tive ninguém em minha família materna ou paterna com câncer de mama.

Tratamentos

Radioterapia: Fiz duas vezes, em 2000 e 2001. Chegava ao Einstein no primeiro horário, às 8h, e depois ia direto para o trabalho. Graças a Deus, a única reação que tive foi uma vermelhidão como se tomasse um sol forte, mas isso não chegava a me incomodar. Sempre havia outras pessoas esperando e trocávamos experiências. Quantas vezes vi pessoas bem jovens passando por isso e sempre procurava dar uma palavra de carinho e de ânimo. Nunca me faltou ânimo para enfrentar estas adversidades e isso precisava ser dividido. Nós nos ajudávamos, com certeza, um se apoiando na experiência do outro.

Quimioterapia: Fiz a quimio apenas em 2001 e a enfrentei bem com o apoio do meu oncologista, Dr. Sérgio Simon, uma pessoa muito humana e um médico excepcional. Fazia na sexta-feira de manhã para emendar com o fim de semana e ter tempo para me recuperar. Tomava uma medicação antes, durante e após a quimio e, no fim, já conseguia almoçar fora no domingo. Nunca tive vômitos, apenas perdi o paladar e sentia muito cansaço. Mas, na segunda-feira, estava pronta para ir ao trabalho. Amo o que faço e o trabalho me dava uma energia impar. Também tenho que ressaltar todo apoio que recebi de minha família e das pessoas amigas que formam um elo em que a gente se apoia para seguir em frente e superar. Sabe, gente, tudo passa...

Tamoxifeno: Tomei este medicamento por cinco anos. Nunca li a bula e não tive nenhum efeito colateral, a não ser inflar, pois engordei nesta época uns 5 kg. Quando acabei, meu corpo voltou ao normal. E hoje, com a dieta que tenho feito com minha nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos, e as aulas de Pilates, com minha fisioterapeuta, Priscilla Kalil Pereira, e a Ioga, com o professor Alexandre Viola, além de me sentir muito bem, estou feliz com o meu corpo e com minha autoestima.

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