quarta-feira, 24 de agosto de 2016

4 sentimentos poderosos para combater problemas de saúde



Você sabia que os sentimentos podem influenciar na sua saúde? “Todo sentimento produz​ no corpo um​a química​ e um campo magnético​ capaz de influenciar diretamente na saúde das células”, disse o professor especialista em física quântica Wallace Liimaa. Segundo o pesquisador e criador do projeto Saúde Quantum, que busca levar às pessoas uma vida livre de medicamentos, é possível trabalhar alguns sentimentos importantes para melhorar a saúde do corpo. Confira quatro deles:

1 - Gratidão​

É comum nos dias de hoje encontrarmos pessoas viciadas em reclamar, se queixar da vida ou sempre se sentirem vítimas das circunstâncias. “Esses sentimentos repetitivos fragilizam os sistemas imunológico, endócrino e nervoso, e abrem as portas para as doenças”, alerta Wallace, explicando que a ciência vem comprovando que o sentimento de gratidão funciona como antídoto para os sentimentos negativos. “Esse sentimento cria uma química favorável no corpo a partir da ativação de novas redes neurais, e é por isso que ajudar as pessoas a olharem para as soluções, ao invés dos problemas, é a melhor forma de treinar a mente para ver os desafios e os momentos de crise como oportunidades evolutivas”, destaca o especialista. Segundo ele, agradecer pela oportunidade de evoluir diante de um desafio, ou mesmo de uma doença, é uma forma de criar as condições adequadas para que soluções sejam encontradas, enquanto a queixa, reclamação ou vitimização leva as pessoas a repetirem o padrão negativo do qual estão reclamando. “Sendo assim, coloque o sentimento de gratidão na sua vida para viver de forma mais saudável”, reforça.

2 - Positividade

O pesquisador também destaca que, ao longo do dia, deve-se monitorar a qualidade dos pensamentos. “Um pensamento negativo desencadeia sentimentos negativos que alteram a química do corpo, deprimindo o sistema imunológico e fazendo com que os genes expressem uma genética não saudável, deixando a pessoa suscetível ​a adoecer”, alerta. Desta forma, Wallace conta que a melhor forma de criar um ambiente interno saudável é estar vigilante em relação à qualidade dos próprios pensamentos, substituindo um padrão negativo por um padrão positivo.

3 - Desapego

Segundo Wallace, ​o exercício do desapego é um dos mais importantes e que ajuda as pessoas a fortalecer o senso de transitoriedade de todas as coisas. “Quando você percebe que tudo na natureza é cíclico e que a transformação é uma lei essencial e natural, você passa a perceber que, por mais dolorosa que seja uma experiência, ela vai passar, assim como uma experiência maravilhosa”, exemplifica. “Por isso, o melhor de tudo é viver cada momento intensamente, desfrutando de todo aprendizado possível para que possa evoluir para um outro nível, na compreensão de que tudo é transitório e que vai passar”. O especialista reitera que este sentimento ajuda a combater a ansiedade e permite encarar as mudanças com naturalidade. 

4 -​ Perdão

É muito comum encontrar as pessoas em profundo estado de sofrimento por sentirem dificuldade de perdoar alguém após uma situação de dor vivida no passado, como explica Wallace, com base em seus profundos estudos de física quântica. “Também é comum encontrar a pessoa que também não consegue se perdoar por algum erro cometido no passado, e nos dois casos a ausência do perdão leva as pessoas a viverem a vida num ambiente de tortura interna”, destaca o pesquisador. Wallace conta que o sentimento gerado pela falta do perdão é responsável por inundar o corpo com a mesma química da dor e do sofrimento. “Esta tortura interna faz o corpo emanar um campo eletromagnético associado ao pensamento negativo, o que acaba atraindo para a vida da pessoa uma circunstância similar àquela que ela vive rememorando”, destaca. Exercitar o perdão, portanto, liberta a pessoa do passado e ajuda a compreender o aprendizado que a circunstância de dor proporcionou para que ela não volte a repetir as mesmas experiências no futuro.​ “Quando perdoamos, libertamos o outro e sobretudo a nós mesmos, e passamos a viver no presente, podendo assim criar um novo futuro”, conclui.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Câncer e Espiritualidade



Médicos e hospitais começam a adotar a espiritualidade e a esperança como recursos para o combate de doenças. Confira detalhes na reportagem da revista Isto É

Há uma revolução em curso na medicina que mudará para sempre a forma de tratar o paciente. Médicos e instituições hospitalares do mundo todo começam a incluir nas suas rotinas de maneira sistemática e definitiva a prática de estimular nos pacientes o fortalecimento da esperança, do otimismo, do bom humor e da espiritualidade.

O objetivo é simples: despertar ou fortificar nos indivíduos condições emocionais positivas, já abalizadas pela ciência como recursos eficazes no combate a doenças. Esses elementos funcionariam, na verdade, como remédios para a alma – mas com repercussões benéficas para o corpo. No Brasil, a nova postura faz parte do cotidiano de instituições do porte do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, da Rede Sarah Kubitschek e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, três referências nacionais na área de reabilitação física. Nos Estados Unidos, o conceito integra a filosofia de trabalho, entre outros centros, do Instituto Nacional do Câncer, um dos mais importantes pólos de pesquisa sobre a enfermidade do planeta, e da renomada Clínica Mayo, conhecida por estudos de grande repercussão e tratamentos de primeira linha. 

A adoção desta postura teve origem primeiro na constatação empírica de que atitudes mais positivas traziam benefício aos pacientes. Isso começou a ser observado principalmente em centros de tratamento de doenças graves como câncer e males que exigem do indivíduo uma força monumental. No dia-a-dia, os médicos percebiam que os doentes apoiados em algum tipo de fé e que mantinham a esperança na recuperação de fato apresentavam melhores prognósticos. A partir daí, pesquisadores ligados principalmente a essas instituições iniciaram estudos sobre o tema.

Hoje há dezenas deles. Um exemplo é um trabalho publicado na edição da revista científica BMC Câncer sugerindo que o otimismo é um fator de proteção contra o câncer de mama. “Verificamos que mulheres expostas a eventos negativos têm mais risco de contrair a doença do que aquelas que apresentam maiores sentimentos de felicidade e positivismo”, explicou Ronit Peled, da Universidade de Neguev, de Israel, autor da pesquisa. Na última edição do Annals of Family Medicine – publicação de várias sociedades científicas voltadas ao estudo de medicina da família – há outra mostra do que vem sendo obtido. Uma pesquisa divulgada na revista revelou que homens otimistas em relação à própria saúde de alguma forma ficaram mais protegidos de doenças cardiovasculares. Os cientistas acompanharam 2,8 mil voluntários durante 15 anos. Eles constataram que a incidência de morte por infarto ou acidente vascular cerebral foi três vezes menor entre aqueles que no início estavam mais confiantes em manter uma boa condição física. Provas dos efeitos da adoção da espiritualidade na melhora da saúde também começaram a surgir. Nos estudos sobre o tema, a prática aparece associada à redução da ansiedade, da depressão e à diminuição da dor, entre outras repercussões. 

A partir de informações como essas, os cientistas resolveram identificar o que levava a esse impacto. Chegaram basicamente a duas razões. Uma é de natureza comportamental. Em geral, quem é otimista, tem esperança e cultiva alguma fé costuma ter hábitos mais saudáveis. Além disso, essas pessoas seguem melhor o tratamento. “Uma postura positiva leva a gestos positivos. Os pacientes se cuidam mais, alimentam-se bem, fazem direito a fisioterapia, mesmo que ela seja dolorosa”, explica a clínica geral carioca Cláudia Coutinho.

A outra explicação tem fundamento biológico. Está provado que a manutenção de um estado de espírito mais seguro e esperançoso desencadeia no organismo uma cadeia de reações que só trazem o bem. “Se o paciente é otimista, encara um problema de saúde como um desafio a ser vencido. Nesse caso, as alterações ocorridas no corpo poderão ser usadas a seu favor”, explica o pesquisador Ricardo Monezi, do Instituto de Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo. O bom humor, por exemplo, é capaz de promover o aumento da produção de hormônios que fortalecem o sistema de defesa, fundamental quando o corpo precisa lutar contra inimigos. Além disso, o riso provoca relaxamento de vários grupos musculares, melhora as funções cardíacas e respiratórias e aumenta a oxigenação dos tecidos.

É esse arcabouço de informações que permite hoje o uso, na prática, da espiritualidade, do otimismo, da esperança e do bom humor como recursos terapêuticos dentro da medicina. Nos Estados Unidos, por exemplo, pesquisadores da Universidade do Alabama preparam-se para começar a aplicar um tratamento batizado de “terapia da esperança”. O sistema consiste em ajudar os pacientes a construir e a manter a esperança diante da doença. “O primeiro passo é auxiliá-los a encontrar um objetivo importante que dê sentido a suas vidas. Depois, aumentar a motivação para alcançá-lo e orientá-los sobre os caminhos a serem seguidos”, explicou à ISTOÉ Jennifer Cheavens, da Universidade de Ohio e participante do grupo que desenvolveu a novidade.

Desde que recebeu o diagnóstico de câncer no intestino, no ano passado, a consultora de marketing carioca decidiu que manter o bom humor seria sua grande arma. “Claro que em alguns momentos eu fiquei triste. Mas resolvi que não me deixaria abater e que continuaria a rir muito”, lembra ela, autora do livro Câncer: sentença ou renovação?

Essa construção é feita com base em técnicas usadas na terapia cognitivo-comportamental, cujo objetivo é treinar o indivíduo a pensar e a agir de forma diferente para conseguir lidar de modo mais eficiente diante de condições adversas. O treinamento é feito com duas sessões semanais realizadas durante dois meses. A terapia será usada em portadores de deficiências visuais e nas pessoas responsáveis por seus cuidados. “Acreditamos que ela ajudará muito na redução da depressão e de outros problemas associados à perda da visão. Os pacientes ficarão mais motivados a lutar contra as dificuldades e a participar dos trabalhos de reabilitação”, explicou à ISTOÉ Laura Dreer, professora do departamento de oftalmologia da Universidade do Alabama, nos EUA.

No Brasil, a inclusão da ferramenta na prática médica está mudando a rotina dos hospitais. No Instituto de Ortopedia, no Rio de Janeiro, por exemplo, o trabalho médico é acompanhado pelo suporte psicológico, dedicado especialmente a fortalecer uma atitude mais positiva. O trabalho, claro, não é simples. Os pacientes costumam ser vítimas de traumas medulares ocorridos em situações como acidentes ou quedas. De uma hora para outra, têm a vida totalmente limitada. “Por isso, precisamos ajudá-los a enfrentar a nova situação. Eles têm de passar por uma reabilitação física e emocional”, explica a psicóloga Fátima Alves, responsável pelo grupo. E quem faz isso usando o otimismo e a esperança como armas sai ganhando. “Mostramos principalmente aos mais descrentes que a postura positiva no enfrentamento da doença é um remédio”, afirma Tito Rocha, coordenador da unidade hospitalar do instituto. Em breve, eles abrirão um grupo para incentivar o cultivo da espiritualidade pelos doentes. 

Talvez o símbolo mais emblemático do fim do preconceito da medicina ocidental contra questões relativas à emoções e espiritualidade seja o que está acontecendo na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a mais tradicional do País. A instituição sediou um evento para mostrar aos profissionais de saúde a importância de recursos como a espiritualidade e o bom humor na recuperação de pacientes. O curso foi ministrado pelo geriatra Franklin dos Santos, professor de pós-graduação da disciplina de emergências médicas da universidade. No programa, houve um bom espaço para ensinar os médicos e enfermeiros a usarem essas ferramentas. “Discutimos como isso deve ser aplicado na prática”, diz o médico, que tem dado palestras pelas escolas de medicina do País inteiro.

Nos Estados Unidos, também há um esforço para treinar os profissionais de saúde. Só para se ter uma idéia, o Instituto Nacional de Câncer americano criou uma espécie de guia para orientar médicos, enfermeiros e psicólogos sobre como usar a espiritualidade do paciente a seu favor. Todo esse interesse é o sinal mais patente de que a revolução vai durar. Por isso, ninguém deve se surpreender se quando chegar ao consultório médico for indagado sobre suas condições de saúde, obviamente, mas também sobre sua relação com a espiritualidade ou disposição de esperança.

“Questões como essas devem começar a ser cada vez mais levantadas”, defende Brick Johnstone, professor de psicologia médica da Universidade Missouri-Columbia, nos EUA.