sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Revisão



Como o numero de pessoas que nos acompanham está aumentando, resolvi fazer uma revisão dos temas que já abordei no blog. Espero que gostem! Confiram:

– Sou Jamile A. Magrin Goulart Coelho e já enfrentei o câncer quatro vezes - três vezes na mama (em 2000, 2001 e 2009) e uma vez no apêndice (2007). O livro Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando as Defesas Naturais, do neurocientista e psiquiatra David Servan-Schreiber, chegou às minhas mãos como um presente de uma grande amiga: Nadia Morandier. Como nada acontece ao acaso em nossa vida, acredito que veio em um bom momento, pois estou fazendo uma dieta que ajuda a desintoxicar o organismo e a prevenir o retorno do câncer. A leitura me permitiu passar a minha experiência a limpo e concluí que precisava compartilhar isso, até para encerrar um ciclo. Acredito que as informações que reúno possam ajudar inúmeras pessoas que já enfrentaram o desafio de vencer o câncer, as que estão na luta neste momento e outras que poderão se prevenir, uma vez que acredito na afirmação de que o câncer é determinado antes de tudo por um ESTILO DE VIDA.

– Quando eu soube que estava com câncer a primeira vez, num primeiro momento, vi desabar meu mundo e das pessoas de minha família. Chorei, mas a preocupação era muito mais voltada para meu marido e meus filhos do que para mim. Concluí que compartilhar a dor com pessoas queridas tem uma importância fundamental e isso eu vivi de forma muito profunda e verdadeira em 2009, na última reincidência que tive. No inicio, o medo toma conta da gente e de todos que estão à nossa volta. Mas, passado o primeiro impacto, cada um arruma uma forma de reagir para enfrentar. Dessa vez, estava mais lúcida e mais fortalecida por toda bagagem acumulada nos anos anteriores e pelo trabalho emocional vivenciado na terapia. Já sabia identificar o que queria com facilidade e conseguia pedir a ajuda certa para pessoa certa, na hora certa. 

– O câncer é uma doença crônica. Para evitá-la, é preciso corrigir a alimentação, reforçar o organismo por meio do exercício físico e modificar a atitude mental. Precisamos aprender a relaxar e a controlar a nossa mente, pois uma coisa é clara: não podemos nos sujeitar à impotência e ao sofrimento. O que importa é estar perto dos valores mais autênticos e colocá-los em ação nos próprios comportamentos e nas relações com os outros. Desse esforço vem um sentimento de gratidão pela vida tal como ela é.

-Corpo Anticâncer é o corpo em movimento e está diretamente relacionado ao desejo de viver. Muitos estudos demonstraram que os mecanismos de regulação e de defesa do corpo que lutam contra o câncer podem ser estimulados pela atividade física. Nunca fui disciplinada com a atividade física. Começava e parava. Meu marido era muito disciplinado e percebia-se o efeito positivo que o exercício tinha nele. Ganhei um mês de academia de presente dele no Natal e comecei a frequentar. No inicio, não me encontrava com nada e não tinha prazer em ir. Tudo melhorou na medida em que experimentei outras modalidades de exercícios, como Pilates e Ioga. Eu me encontrei totalmente e, dessa forma, consegui aliar o útil ao agradável. Até hoje, 10 anos depois, continuo minha atividade física de forma disciplinada e afirmo que não conseguiria mais viver sem ela.

- Acabei de vivenciar uma experiência com uma dieta para desintoxicar o organismo com uma nutricionista funcional, Dra. Luana Vasconcelos, e sentir, com resultados palpáveis, os efeitos em meu organismo. Essa dieta foi indicada pela minha mastologista, Dra. Patricia Teresa Valentini de Melo, pelo fato de ter feito a quimioterapia. A quimio destrói as células cancerosas, mas traz uma série de efeitos negativos para o organismo. Tinha feito meus exames de controle e estava com várias alterações nos exames de sangue que indicavam uma propensão muito forte para uma recaída (nível inflamatório alto, índice de açúcar alterado, entre outros fatores). Tirei radicalmente glúten e lactose por dois meses. Com isso, perdi gordura corporal, ganhei músculos e meus exames ao serem repetidos indicaram uma melhora incrível, baixando sensivelmente os níveis de inflamação. 

– Você sabia que nosso intestino tem, em média, 30% de bactérias “ruins” e 70% de bactérias “boas”? Quando fazemos quimioterapia isso se inverte, ou seja, nosso intestino fica, em média, com 70% das ruins e 30% das boas. Há um desequilíbrio, o que afeta muito nossa saúde. Um intestino lesionado afeta diretamente na imunidade (já que é onde as IgAs - um tipo de imunoglobulina - são altamente produzidas), e mais do que nunca a imunidade tem que estar em alta. A microbiota (flora intestinal) vai ficando comprometida, bactérias patogênicas e fungos proliferam, e probióticos (bactérias protetoras como os lactobacillus) começam a “morrer”, pois o pH não está mais propício para sua proliferação. As informações são da nutricionista Luana Vasconcelos.

- No tratamento do câncer, mais do que nunca, é importante cuidar do intestino. Portanto, devemos apostar na alimentação de fácil digestão, com boa mastigação e boa utilização de nossas enzimas digestivas, sem excesso dos alimentos que temos maior dificuldade para quebrarmos (digerirmos) até o final (até sua menor forma, de nutriente). Alimentos com uma cadeia proteica muito longa (alto peso molecular) são mais difíceis de serem digeridos, como trigo, soja e laticínios. As informações são da nutricionista Luana Vasconcelos.

– Passado o primeiro momento, o da descoberta do câncer, com o tempo vamos nos dando conta de que a doença funciona realmente como uma espécie de Libertação. Isso eu senti depois de mais uma reincidência, que me fez procurar um apoio terapêutico e tentar descobrir qual a causa da doença estar voltando. Não poderia mais fugir, passar por cima do que estava acontecendo e racionalizar. Posso afirmar com muita segurança que, nesses 12 anos, fui me libertando de muitos dos meus medos, de tudo que me amarrava e me prendia por dentro. Resgatei a verdadeira Jamile, com os seus talentos e dificuldades. E até hoje continuo na luta constante para não me perder de mim.

– Segundo Patricia Gebrim, cada um de nós está aqui para manifestar algo único e muito especial: seu verdadeiro Ser. Existe, em nosso íntimo, um lugar preservado das distorções e poluições deste mundo em que vivemos. Um lugar de paz, um lugar onde encontramos direcionamentos, equilíbrio e cura. Precisamos reencontrar o caminho até esse lugar. Para isso é preciso que aprendamos a silenciar a mente, a acalmar essa onda incessante de pensamentos que nos invade, nos atormenta e rouba a nossa paz. Precisamos reaprender a contemplar o mundo, como fazem as crianças, com aqueles olhões grandões de jabuticaba que enternecem nosso coração. Precisamos recuperar a inocência de nossos olhos e o ritmo de nosso coração que deveria, a cada batimento, homenagear a vida.

- “Se você deseja saúde em sua vida, feche os olhos, encontre a si mesmo em seu íntimo, pegue a si mesmo no colo, acalente-se, cante uma canção de ninar, olhe para o céu, converse com as estrelas, sinta o vento acariciando seus cabelos, perceba a beleza do mundo, ame, sonhe, envolva-se em tornar seus sonhos realidade, dê de si mesmo aos outros, compartilhe, seja a luz que mora em você”, recomendou Patricia Gebrim

– "Quando manifestamos nosso verdadeiro Ser, o medo se dissolve, a dor se dissolve, o amor vem até nós e o corpo reflete essa harmonia, manifestando saúde. O câncer é uma guerra se travando em nosso corpo, um corpo que precisa urgentemente de paz. Busque sua paz", palavras de Patricia Gebrim.

– Não negue a realidade, mas também não dê a ela um peso maior do que o necessário. Brinque um pouco, exercite a leveza, use sua imaginação de forma positiva, assuma o controle da sua mente e dos seus pensamentos, não permita que o negativo se torne um peso que puxe você em direção ao fundo lamacento de um rio. Podemos voar, podemos nos elevar, basta acreditar. Acredite em você!" O texto é de Patricia Gebrim.

– Seja aprendendo a relaxar e controlar melhor a mente, seja se alimentando melhor, seja praticando exercícios físicos regularmente, só há uma verdade, um segredo: precisamos nos dar um caminho no qual possamos guiar o curso de nossas vidas em vez de nos sujeitarmos à impotência e ao sofrimento.

- A atitude de consciência e liberdade nas escolhas aplica-se também aos métodos naturais, quer se trate de alimentação, quer de Ioga ou ajuda psicológica. Nem todos são indicados para todo mundo, nem em todos momentos da vida. Um dia, o mais benéfico é a meditação, em outro escrever um diário, em um terceiro, fazer um exercício. É preciso escolher e dizer a si mesmo: “É disso que eu preciso agora”. E prosseguir na vida com firmeza e flexibilidade.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Depoimento



O depoimento da fotógrafa Sandra Lozano no Facebook do projeto Chama Acesa me emocionou. Decidi compartilhá-lo com comentários meus. Confiram: 
 
"Tive câncer no seio, ainda estou em tratamento. Fico assustada, mas não desisto... o Câncer me acordou, hoje vivencio tudo com muita intensidade, muita gente não compreende, me acham esquisita, mas percebo que vivo cada partícula de segundo... Fiquei mais sensível, meu olhar neste Universo ficou diferente e vejo coisas com mais detalhes e amo com paixão..." 

Sandra, o câncer me acordou também, me fez soltar todas as amarras que me prendiam e que não deixavam minha essência como pessoa se manifestar totalmente. Eu também fiquei mais sensível e amo de paixão a minha vida como você! 

"Me sinto uma vencedora, perdi o medo de morrer, mas temo ficar impossibilitada de fazer o que amo, fotografar, desenhar, amar, estar com as pessoas que são as minhas verdadeiras riquezas... Amo intensamente, sou intensa , sofro com as perdas, caio, mas me levanto rápido, ergo a cabeça e sigo em frente..."

A sua Arte é para você o que a minha profissão é para mim. E o universo de cada pessoa me encanta e me fascina! 

"Gosto de estar com pessoas, doar meu amor... Não me importo mais em não ser compreendida, pois eu compreendo que é meu rito de passagem, faz parte de mim, querer amar, se apaixonar pela vida, pelas pessoas e por mim ... Com todos os desencontros que há na vida, que é esperado, aprendo a cada dia, me renovo de tempos em tempos, pois minha Chama está Acesa, a vida é minha parceira..." 

A mesma intensidade que você sente eu sinto em cada coisa que faço, com cada pessoa que encontro e também sou muito apaixonada pela vida! A minha Chama nunca esteve tão Acesa como hoje e uma sensação de plenitude tomou conta do meu coração e da minha vida.

"Sou feliz com minha Arte e por eu existir."

Sandra, acredito que pelos pontos de identificação que temos, a vida não nos colocou juntas ao acaso e que podemos com nossa energia e alegria de viver ajudar outras pessoas, que como nós, enfrentaram ou enfrentam o câncer e que podem ver na doença uma oportunidade de crescimento como aconteceu conosco. Sou muito grata a você e à VIDA que nos proporcionou este encontro!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Espiritualidade e o Câncer



Quando enfrentamos o câncer, nos deparamos com uma doença cujo estigma é a possibilidade de encaramos a morte. E o que é a morte? Para alguém que, como eu, acredita que a vida continua, é o término de uma etapa para início de outra. 

No entanto, falar isso racionalmente apoiada nos conceitos que acreditamos é uma coisa, enfrentar a real possibilidade traz para a nossa mente e coração sentimentos muito contraditórios.

Sentimentos de medo... Medo de perder as pessoas que amamos, medo de abandonar quem precisa de nós, medo do desconhecido, pois não nos lembramos do que já aconteceu conosco antes desta vida...

Sentimento do desespero: Por que eu? Por que agora? E outros tantos porquês...

Sentimento de fraqueza, de sentir que o nosso corpo que é algo que temos de palpável está fraquejando, sofrendo...

Sentimento de impotência, porque é algo que não controlamos...

E, em meio a todos esses sentimentos, surge de dentro de nós uma FORÇA que a gente nem acreditava que existia até o momento e que nos leva a LUTAR, a QUERER VENCER e NÃO DESISTIR.

E aí nos perguntamos: de onde vem essa força que até então eu desconhecia? Ela vem de DENTRO, não é algo que se enxerga e se toca, mas é muito mais forte do que tudo que existe e que podemos perceber com nossos sentidos.

Neste momento, temos que admitir que somos muito mais do que esse corpo que temos, que existe algo maior, não mensurável, mais forte do que tudo que existe e que está no seu íntimo, num lugar que durante a vida até o momento, quase nunca acessamos.

Para mim, nesse lugar está nosso maior tesouro como ser humano: a nossa ALMA, o nosso ESPÍRITO, a nossa ESSÊNCIA, que está em contínuo processo de evolução e que tem a nossa LUZ

A LUZ que nos leva a olhar menos para a gente e mais para o outro, que nos alimenta de algo maior e que levaremos junto quando formos desta vida para outro estágio, mas que neste momento, não temos muita condição de entender.

E para enxergar e aceitar é preciso muita . Fé em DEUS, este DEUS que nós, como seres humanos, procuramos por tantos caminhos e que está em nosso interior. Acontece que perdemos a conexão com ELE olhando demais para tudo que existe fora e que nos chama tanto a atenção, em várias etapas da vida.

Então, acontece de nos deparamos com algo que desestabiliza a nossa vida, como uma doença, no caso o câncer, mas que poderia ser uma outra qualquer que nos ameaça de tirar a vida e que nos obriga a parar de olhar para fora e voltar o nosso olhar para dentro. 

Aí sim, somos levados pela força das circunstâncias ou pela sabedoria da vida a descobrir a nossa FORÇA, nossa LUZ, que é DEUS dentro de nós.

Quando acontece esse encontro da nossa ALMA com a LUZ que existe dentro de nós, o corpo fraco encontra um espírito forte que olha para aquela fragilidade do corpo e não se assusta. Não se assusta porque sabe que este corpo é transitório, que somos SERES ESPIRITUAIS tendo uma experiência humana e que estamos aqui para aprender.

A consciência que ninguém é melhor do que ninguém aparece de forma nítida: estamos todos em um processo de aprendizado, embora em diferentes níveis de evolução e a nossa missão é um ajudar o outro, pois a necessidade básica do ser humano nesta vida é amar e ser amado. Este é o sentimento maior que a todos transforma e liberta! 

E garanto que não existe nada mais gratificante do que voltar o nosso olhar para as pessoas que aparecem em nossa vida e que podemos ajudar nessa transformação, mesmo que seja com algumas palavras como me aconteceu ontem. Ouvir um "muito obrigada, amiga" ainda soa em meu coração como uma benção que recebi e que agradeço a Deus. Acredito que a CHAMA ACESA deste projeto ganhou um brilho maior, uma razão para continuar existindo. “Obrigada, querida amiga”, digo eu!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Autoestima X Mastectomia



No dia 26 de julho, o Globo Repórter mostrou mulheres que encontraram na dança do ventre uma maneira de recuperar a autoestima e o ânimo após a mastectomia. Isso me motivou a falar sobre a minha experiência em relação à autoestima após a mastectomia. Qualquer doença chega em nossas vidas para nos mostrar que algo precisa ser mudado, para levar a nossa atenção para dentro, mesmo que o sinal seja do lado de fora. E eu que sempre fui muito vaidosa e gostava do meu corpo, sentir que perdi parte dele foi algo difícil, devo admitir. Principalmente os seios, que, para a mulher, é o símbolo da feminilidade e acho que também da sensualidade.

Eu continuei minha vida. Não perdi as pernas que podiam me levar para onde queria, nem meus braços que me permitiam fazer inúmeras coisas em meu dia a dia, mas perdi algo que me fez olhar pra dentro, sentir e aceitar todos os sentimentos contraditórios que existiam dentro de mim. Sentimentos de perda, de insegurança, de medo.

O processo de aceitação exige que nos livremos de nossas máscaras, aquelas que usamos para nos sentirmos amados e que trazemos desde criança. A minha foi a máscara da “Poliana”, que queria tudo fosse maravilhoso, com excesso de otimismo, que não tinha coragem de dizer “não” para as pessoas e que queria ter todas as atitudes certas nas horas certas para não magoar ninguém. A máscara para não mostrar sentimentos “errados e feios”, como a raiva, o medo, a tristeza...

Vocês acreditam que, para aceitar que eu tinha raiva, precisei de um bom tempo de terapia e coragem para olhar pra dentro, descobrir e depois de muito sofrimento, conseguir admitir que ela existisse dentro de mim? A tristeza também era um sentimento que não existia em minha vida, salvo raríssimas exceções. Sabe por quê? Meu excesso de otimismo não deixava espaço para minha tristeza aparecer. E na primeira vez que tive câncer de mama, eu não lidei com a minha tristeza, mas com a daqueles que estavam à minha volta e me queriam bem (meu marido e meus filhos). Meu Deus, que falta de coragem!

E assim, aconteceu na segunda e, na terceira vez, fiz a mastectomia. Tudo isso para me mobilizar a ter coragem e tentar entender o que estava acontecendo. E foi preciso muita terapia para mexer onde doía, pois antes eu sequer admitia que existisse a dor. Eu fugia dela, com muito medo de me perder.

Fui aprendendo que quando você consegue encarar o que acontece e “tocar o dedo na ferida” começa um processo de libertação. Vamos desfazendo os nós dentro da gente e nossa alma vai ganhando força e liberdade. Começamos realmente a ter uma “autoestima real”, baseada no que temos por dentro e não aquela apegada ao que temos externamente que, com o tempo, inexoravelmente, vai mudando. E aí descobrimos que toda a força que precisamos para vencer a doença, assimilar as perdas e continuar a luta está dentro de nós. E descobrir isso é algo incrível, grandioso demais!

Neste momento, surge muito forte a certeza de que Deus está dentro da gente e que nada irá nos derrubar. Este lado espiritual aparece de forma nítida e nos mostra que somos um ser humano integral: corpo, mente, coração e espírito. E que não precisamos ter medo, porque nada termina aqui. Que ciclos se encerram, mas a vida continua; que somos seres espirituais tendo uma experiência humana, como já li uma vez. Neste momento, o medo vai embora e o nosso processo de libertação prossegue. 

A cada passo que damos neste processo ganhamos consciência de que a nossa LUZ deve brilhar e iluminar a nossa vida e a de todos que estão à nossa volta e também a de todos aqueles que cruzam o nosso caminho por algum motivo. Mais uma vez a força interna vai se solidificando e entregamos a Deus e ao Universo o que acontecerá em nossa vida procurando viver o momento presente inteiro, de corpo e alma.

E foi a partir deste sentimento que nasceu o Projeto Chama Acesa, com o objetivo de compartilhar minha experiência, falar dos meus medos, da raiva escondida que se transforma na doença. Acredito realmente que o câncer tem muito a ver com estilo de vida (corpo, alimentação e estado de espírito) e que a doença foi um processo de libertação da minha essência. Hoje, tenho consciência que cuido melhor do meu corpo com exercícios físicos regulares (Pilates, Ioga e caminhadas) me alimento melhor com a orientação de uma nutricionista e, principalmente, cuido com carinho do meu estado de espírito, procurando expressar o que realmente sinto no aqui e agora. 

Posso afirmar, com segurança, que estou feliz comigo mesma, por dentro e por fora, com uma autoestima verdadeira que o tempo não vai me tirar, pois ela aparece no brilho do meu olhar e no desejo que eu tenho de viver. Agradeço a experiência que passei e a dádiva de estar cumprindo a minha missão com luta e consciência!