segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pilates


Nunca fui disciplinada com a atividade física. Começava e parava. Tudo melhorou na medida em que experimentei outras modalidades de exercícios, como Pilates e Ioga. Eu me encontrei totalmente e, dessa forma, consegui aliar o útil ao agradável. Hoje, o assunto é PILATES. Compartilho com vocês o texto da minha fisioterapeuta, Priscilla Kalil Pereira:


"Pilates é uma atividade física que trabalha o corpo de forma global, melhora a postura, tonifica a musculatura, alonga os músculos e desenvolve a consciência corporal. O método Pilates pode ser praticado por todos, sempre com o acompanhamento de um profissional qualificado, para que os exercícios sejam realizados de forma correta. 

No Pilates queremos desenvolver um equilíbrio neuro-muscular, ou seja desenvolver um corpo igualmente forte e alongado. As aulas são realizadas em pequenos grupos para podermos elaborar cada exercício de acordo com a necessidade de cada aluno e desta forma diminuir as dores na região cervical, lombar ou qualquer outra região e/ou prevenir que elas apareçam. 

Pessoas que já tiveram câncer, após a autorização do medico, podem se beneficiar com o Pilates por serem exercícios de baixo impacto, que nos ajudam a ter um melhor conhecimento do nosso corpo no espaço e da nossa postura. Após uma cirurgia, como por exemplo, a mastectomia, o corpo tem a tendencia de se fechar, rodando os ombros para frente e curvando a coluna para frente também e como forma de proteção reduzir os movimentos dos braços. No Pilates, com esse aluno, nosso objetivo seria desenvolver melhora da postura, retornando a região torácica e os ombros para sua posição neutra e realizar movimentos com os braços para melhorar a amplitude de movimento dos mesmos. 

Um músculo muito trabalhado no Pilates é o transverso do abdômen, ele faz parte de um conjunto de músculos, conhecidos como "power house" ou casa de força, esses músculos são responsáveis pela estrutura de suporte, são eles que ajudam a manter uma postura adequada e protegem nossas costas de futuras lesões. 

Resumindo: Pilates é uma atividade física que melhora a qualidade de vida e que pode ser praticado por todos com a orientação de um profissional qualificado ao seu lado."

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Repercussão do depoimento de Angelina Jolie


Na semana passada, a atriz Angelina Jolie contou que realizou mastectomia para prevenir o câncer de mama e o assunto foi muito discutido e comentado. Mas o que aprender com essa repercussão? Decidi separar os trechos mais importantes da reportagem da revista Veja sobre o assunto e acrescentar meu depoimento. Confiram:


- “A atitude da atriz é uma lembrança de que as mulheres precisam se antecipar à doença e tomando essa iniciativa vão encontrar a medicina preventiva, o diagnóstico precoce e tratamentos que evoluíram exponencialmente nos últimos anos. ‘O câncer de mama é, sem dúvida, o mais estudado de todos os cânceres e está entre os mais curáveis’, disse o Dr. Paulo Hoff, oncologista do Hospital Sírio Libanês.” Descobri que estava com câncer pela primeira vez, em um exame preventivo quando estava com 50 anos.

- “A cada ano, 1,5 milhão de mulheres de todo o mundo recebem o diagnóstico de câncer de mama, entre elas 53 mil brasileiras. Mas o número de fatalidades cai a cada ano graças aos avanços médicos.”

- “Nos EUA, cerca de 50% das pacientes portadoras dos genes malignos (BRCA1) optam pela abordagem cirúrgica radical preventiva. No Brasil, quatro em cada cinco dessas pacientes preferem a vigilância constante, o estresse dos testes, e fogem do bisturi. A operação reduz em 95% a probabilidade de manifestação da doença. Por que não 100%? Porque o cirurgião tem que manter intacta parte do tecido de modo a garantir a irrigação sanguínea dos mamilos, das auréolas e da pele.” Quando fiz a mastectomia em 2009, achei que nunca mais iria fazer mamografia e ultrassom dos seios. Depois, aprendi todo o tecido que ficou nos mamilos, auréolas e pele ainda precisam continuar sendo investigados nos exames de acompanhamento. 

Tipos de cirurgia: Mastectomia, Quadrantectomia, Linfonodo sentinela

Fiz duas quadrantectomias: uma em 2000 no seio direito e outra em 2001, no seio esquerdo. Fiz a mastectomia em 2009 porque já havia passado por duas quadrantectomias e, em uma única cirurgia, retirei as mamas e coloquei as próteses. Vale ressaltar que minha recuperação pós-cirúrgica sempre foi excelente e, em pouco, tempo, retomava minha vida normal.

Na época, tirei os gânglios das axilas por prevenção, mas não estavam contaminados pela doença. Hoje, com o linfonodo sentinela, isso não teria sido necessário. No entanto, graças a Deus, nunca tive inchaço nos braços. A única restrição que isso me trouxe é que não posso injetar nada nos braços e quando tenho que fazer exames com contraste, por exemplo, tem que pegar a veia no pé. Isso não é nada agradável, mas sempre encontro enfermeiras tão humanas, solícitas e empenhadas em me ajudar que me sinto acolhida o suficiente para suportar a dor.

Exames preventivos 

Mamografia e Ultrassonografia: Desde a primeira vez que descobri que estava com câncer de mama, a mamografia aliada ao ultrassom era muito importante, pois eu tinha uma mama densa. A detecção era com o ultrassom complementando a mamografia.

Pet - CT de mama: Nos meus últimos exames em abril de 2013, realizei este exame não só na mama, mas no corpo todo e, graças a Deus, estou ótima.

Ressonância magnética: Já fiz varias ressonâncias magnéticas e este é um exame importante para um diagnóstico preciso. 

Exames genéticos: Nunca fiz nenhum exame genético, pois eu não tive ninguém em minha família materna ou paterna com câncer de mama.

Tratamentos

Radioterapia: Fiz duas vezes, em 2000 e 2001. Chegava ao Einstein no primeiro horário, às 8h, e depois ia direto para o trabalho. Graças a Deus, a única reação que tive foi uma vermelhidão como se tomasse um sol forte, mas isso não chegava a me incomodar. Sempre havia outras pessoas esperando e trocávamos experiências. Quantas vezes vi pessoas bem jovens passando por isso e sempre procurava dar uma palavra de carinho e de ânimo. Nunca me faltou ânimo para enfrentar estas adversidades e isso precisava ser dividido. Nós nos ajudávamos, com certeza, um se apoiando na experiência do outro.

Quimioterapia: Fiz a quimio apenas em 2001 e a enfrentei bem com o apoio do meu oncologista, Dr. Sérgio Simon, uma pessoa muito humana e um médico excepcional. Fazia na sexta-feira de manhã para emendar com o fim de semana e ter tempo para me recuperar. Tomava uma medicação antes, durante e após a quimio e, no fim, já conseguia almoçar fora no domingo. Nunca tive vômitos, apenas perdi o paladar e sentia muito cansaço. Mas, na segunda-feira, estava pronta para ir ao trabalho. Amo o que faço e o trabalho me dava uma energia impar. Também tenho que ressaltar todo apoio que recebi de minha família e das pessoas amigas que formam um elo em que a gente se apoia para seguir em frente e superar. Sabe, gente, tudo passa...

Tamoxifeno: Tomei este medicamento por cinco anos. Nunca li a bula e não tive nenhum efeito colateral, a não ser inflar, pois engordei nesta época uns 5 kg. Quando acabei, meu corpo voltou ao normal. E hoje, com a dieta que tenho feito com minha nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos, e as aulas de Pilates, com minha fisioterapeuta, Priscilla Kalil Pereira, e a Ioga, com o professor Alexandre Viola, além de me sentir muito bem, estou feliz com o meu corpo e com minha autoestima.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Intestino e Quimioterapia



Você sabia que nosso intestino tem, em média, 30% de bactérias “ruins” e 70% de bactérias “boas”? Quando fazemos quimioterapia isso se inverte, ou seja, nosso intestino fica, em média, com 70% das ruins e 30% das boas. Há um desequilíbrio, o que afeta muito nossa saúde.

Hoje, o assunto é intestino e a quimioterapia. Vou compartilhar o texto da minha nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos:

A quimioterapia destrói células de rápida replicação, como o tumor, porém, as células intestinais estão entre as que mais rapidamente se replicam, sendo assim, nosso intestino é altamente agredido durante a quimioterapia.

Um intestino lesionado afeta diretamente na imunidade (já que é onde as IgAs - um tipo de imunoglobulina - são altamente produzidas), e mais do que nunca a imunidade tem que estar em alta. A microbiota (flora intestinal) vai ficando comprometida, bactérias patogênicas e fungos proliferam, e probióticos (bactérias protetoras como os lactobacillus) começam a “morrer”, pois o pH não está mais propício para sua proliferação.

Alguns sintomas são típicos de um intestino que não está bem colonizado, como mau hálito, língua branca, aumento da formação de gases, azia, refluxo, constipação, diarreia, alternância entre intestino preso e solto, consistência de fezes alterada, cabelo quebradiço, unhas frágeis, desequilíbrio de peso (aumento excessivo ou perda excessiva), alterações na pele, imunidade baixa.

Alimentação
No tratamento do câncer, mais do que nunca, é importante cuidar do intestino. Portanto, devemos apostar na alimentação de fácil digestão, com boa mastigação e boa utilização de nossas enzimas digestivas, sem excesso dos alimentos que temos maior dificuldade para quebrarmos (digerirmos) até o final (até sua menor forma, de nutriente). Alimentos com uma cadeia proteica muito longa (alto peso molecular) são mais difíceis de serem digeridos, como trigo, soja e laticínios.

Porém, somos seres únicos e as reações são individuais, podemos ter dificuldade em digerir qualquer alimento. Por esse motivo, o interrogatório nutricional é extenso, para obtermos o maior número de informações sobre a saúde atual e o histórico. Só assim poderemos entender melhor o que o corpo de cada um tolera.

A alimentação, além de fornecer em maior quantidade nutrientes que desinflamam o organismo, deve suplementar algumas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos essenciais para adequado aporte nutricional no quadro agudo (câncer), assim como outros sinais e sintomas do dia a dia, que podem ser comuns, mas não normais de quem está com a saúde em dia, por exemplo: alergias (rinite, sinusite, asma), dores articulares, náusea, azia, flatulência aumentada, constipação, dor de cabeça, unhas quebradiças, falta de concentração e memória, irritação, sonolência ou insônia, falta de energia, entre tantos outros, ansiedade, necessidade de doce, candidíase, infecção urinária, psoríase, depressão, inchaço.

Índice glicêmico
O índice glicêmico e carga glicêmica da alimentação (quantidade de açúcar e velocidade com que são absorvidos para nosso sangue) são fatores importantes de controle para que a glicose e insulina fiquem em valores adequados e não estimulem crescimento tumoral. Alimentos transformados rapidamente em açúcar (como os refinados), assim como o próprio açúcar, devem ser consumidos com cautela e o excesso de carboidrato na mesma refeição deve ser evitado.

Alimentar-se bem vai muito além de contar calorias, restringir açúcar, gordura e sal. Lembremos sempre que nosso corpo tem formação em torno de 100 trilhões de células, que são exclusivamente formadas por nutrientes. Temos o livre arbítrio de escolher a qualidade de nossa matéria-prima, nós somos o que comemos. Portanto, mais do que alimentar a “fome do nosso estômago”, uma nutrição adequada fornece nutrientes para o corpo e a alma. Façamos do alimento nosso remédio!

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Aprendizado



Gostaria de relembrar e enfatizar os principais tópicos sobre prevenção e tratamento do câncer. Confiram:

- O câncer é uma doença crônica. Para evitá-la, é preciso corrigir a alimentação, reforçar o organismo por meio do exercício físico e modificar a atitude mental; 

- Precisamos aprender a relaxar e a controlar a nossa mente, pois uma coisa é clara: não podemos nos sujeitar à impotência e ao sofrimento;

- Atitude de consciência e liberdade nas escolhas é fundamental e aplica-se também aos métodos naturais, quer se trate de alimentação, ioga ou ajuda psicológica;

- O que importa é estar perto dos valores mais autênticos e colocá-los em ação nos próprios comportamentos e nas relações com os outros. Desse esforço vem um sentimento de gratidão pela vida tal como ela é.

Conclusão: A saúde é um todo. Cada passo na direção de um maior equilíbrio torna os seguintes mais fáceis. Cada situação, cada pessoa é única, cada caminho será único também. O mais importante é alimentar o desejo de viver.