segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Coisas que aprendi em 2013



Para fechar o ano, listei várias coisas que aprendi em 2013. E vocês, o que aprenderam?

- Aprendi que cada pessoa tem sua história de vida e que quando começamos a fazer julgamentos, deformamos nossa percepção e impedimos uma real aproximação. Afinal, esta pessoa não é melhor, nem pior do que você, é simplesmente um ser humano em seu caminho de aprendizado;

- Aprendi que valores e princípios são como faróis que norteiam nossos comportamentos e que quando nos desviamos deles, a VIDA sabiamente nos coloca de frente com as consequências nem sempre agradáveis para que possamos aprender e retornar para a direção certa;

- Aprendi que o homem como ser integral tem corpo, mente, coração e espírito e que, em sua vida pessoal e profissional, tem que estar inteiro, pois se estiver parcialmente não será feliz;

- Aprendi que a vida é cíclica e que a energia circula para que um ciclo se feche e dê espaço para um ciclo novo começar. Quando ficamos “presos”, a energia fica estagnada e a nossa vida para de evoluir;

- Aprendi que tudo que nos tira da “zona de conforto” gera dor e crescimento;

- Aprendi que velho é um preconceito e não tem a ver com a idade cronológica, pois o estado de espírito é que determina a vontade de viver;

- Aprendi que, quando temos a coragem de enfrentar os nossos medos, aí começa um processo de libertação;

- Aprendi que as doenças são sinais que a vida nos dá para nos mostrar que algo deve ser mudado e com urgência;

- Aprendi que só temos noção de nossa FORÇA quando estamos diante de uma grande adversidade;

- Aprendi que a espiritualidade está nas atitudes que você tem com o outro ser humano que está a sua frente, tendo ou não empatia por ele;

- Aprendi que a internet revolucionou o século XXI promovendo uma interação em qualquer tempo e lugar, mas que a interação presencial ainda faz a diferença;

- Aprendi que o Projeto Chama Acesa só se tornou realidade e atingiu mais de 2 mil pessoas devido à era digital e à habilidade de minha nora;

- Aprendi que precisamos encontrar os canais para liberar o estresse de forma saudável de acordo com nossas preferências;

- Aprendi que uma alimentação saudável, o exercício físico regular e um estado de espírito positivo ajudam a prevenir e a enfrentar o câncer.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Revisão - Medo


Vou retomar o material sobre medo do livro Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando as Defesas Naturais, do neurocientista e psiquiatra David Servan-Schreiber. Os tipos de medo relacionados ao câncer são: Medo de sofrer, Medo do vazio, Medo de ficar sozinho, Medo de ser um fardo, Medo de abandonar os filhos, Medo de perder os pais ou pessoas queridas, Medo das histórias inacabadas. 

O medo é um sentimento que bloqueia a nossa força vital. E o que é a nossa força vital? É a , é acreditar que o que nos é dado como experiência na vida tem um motivo e que tudo vem na medida certa para nosso aprendizado naquele momento.

Culturalmente, pela educação, escola, religião, o medo é um sentimento alimentado de diferentes formas para nos bloquear, para que sejamos controlados pelas situações e por outras pessoas, para nos tornar reativos e não proativos.

Por isso, quando nos deparamos com uma doença ou com alguma provação maior, não podemos deixar esse MEDO crescer e tomar conta de nós. Aí está a nossa oportunidade de LIBERTAÇÃO. Afirmo isso porque essa foi a minha experiência de vida. A força que temos para reagir diante de uma dificuldade maior, surge de dentro da gente de uma forma que até nos assusta, pois não temos consciência de que ela existe dentro de nós.

Se você está enfrentando o câncer neste momento, se está enfrentando um tratamento, se está enfrentando os exames de controle, seja qual for a situação, ACEITE que o MEDO apareça, mas lute e liberte-se dele!

Enfrente e vá vencendo cada um de seus medos. Eu lhe garanto, sairá de cada situação muito mais FORTE, mais SEGURO, mais VOCÊ!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Minha última experiência



Minha experiência nestas duas semanas com uma infecção ao redor da prótese direita após quase cinco anos da mastectomia me fez parar todas as atividades e me deparar com desafios como febre, mal-estar, insegurança, internação. 

Tudo começou há duas semanas, quando acordei com dor no braço direito e em volta da mama quando me movimentava. Fui para a aula de ioga pela manhã, mas não consegui fazer quase nenhum exercício e meu professor falou: “Só relaxa, Jamile!” Tomei duas aspirinas para tirar o mal-estar e trabalhei até a hora do almoço. A partir daí, não consegui e fui para casa. A sensação de dor e mal-estar foi aumentando até que fui para o pronto atendimento do Hospital Albert Einstein. O médico logo percebeu que uma mama estava bem mais quente e um pouco avermelhada. Foram feitos exames de sangue e um ultrassom, que confirmaram uma infecção.

Começaram os antibióticos via oral que duraram uma semana, mas sem um resultado compatível. Do cirurgião plástico, fui encaminhada para uma infectologista que, ao me examinar, recomendou internação imediata, pois a outra mama estava avermelhando também. Fiquei oito dias no hospital com antibiótico por via endovenosa de quatro em quatro horas, dia e noite. O índice de inflamação baixou muito lentamente, até que pude voltar para casa no dia 5 de novembro. No dia seguinte, fiquei em casa dando para o meu corpo e para minha cabeça o descanso necessário para recomeçar.

O que aprendi com a situação? Sim, porque tudo traz um aprendizado. Resolvi escrever até para ficar mais claro para mim mesma, para que eu consiga virar esta página. Aprendi que as coisas aparecem para testar a nossa FORÇA e a nossa FÉ. É tão fácil, no dia a dia, quando tudo está bem, falarmos tudo que acreditamos. Inclusive pelas postagens no Facebook que mostram muito de nossa forma de ser e do que acreditamos. E aí, quando nos deparamos com algo que não entendemos e nem temos controle, vamos ter que provar para nós mesmos se o que falamos é realmente para valer, ou seja, se agimos de forma coerente com o que dizemos. 

Pensar, sentir e agir com coerência: esse é o nosso desafio diante das adversidades que a vida nos reserva. Aprendi que tem momentos que precisamos vivenciar a nossa dor e os nosso medos com toda intensidade e que chorar pode mesmo “lavar a nossa alma”. E teve um dia que chorei muito, pois estava me sentindo muito impotente. No dia seguinte, minha alma estava limpa e eu estava pronta para continuar a enfrentar a infecção. 

Aprendi que, quando esquecemos a nossa dor e colocamos os nossos talentos a serviço de outras pessoas, tudo fica mais fácil. O tempo passa mais rápido e a energia que passamos para o outro em coisas tão simples, volta e nos dá força redobrada. Força para ouvir que o exame mostrou que a infecção abaixou muito pouco, que não podiam definir o tempo que ainda precisava ficar no hospital, que existia o risco de contaminar a prótese, enfim, todos os prognósticos negativos que também fazem parte da situação.Quando comecei a conversar com as enfermeiras ou técnicas de enfermagem do hospital, não importa, todas muito cuidadosas e atenciosas comigo, pude ver que tinham filhos que as preocupavam na escola e comecei a perguntar, trocar ideias e dar sugestões de como poderiam conduzir a situação. Todo dia tinha uma que me procurava para uma “consulta” e eu me via falando do que acredito e faz parte de minha missão de vida. Pronto, eu já estava melhor, mais animada para enfrentar aquele dia e as próximas horas. Fui distribuindo cartões até que acabaram e fiz isso com muito amor.

Aprendi que quando temos empatia com o profissional da área da saúde que nos atende fica mais fácil enfrentar a doença. A Dra. Vívian Avelino, infectologista do Hospital Sírio Libanês, foi uma pessoa chave em todo processo que vivenciei, pois me deu segurança, tranquilidade pelas atitudes seguras e amorosas com que me acompanhou todos os dias, inclusive no sábado e domingo. Ainda não estou 100% curada, mas tenho certeza, que virarei mais esta página com a ajuda dela. Ela foi excepcional como ser humano e como profissional e descobrimos algo em comum: nós duas amamos o que fazemos e isso nos uniu muito. Eu, particularmente, adoro ver jovens como ela se dedicarem a uma profissão como a medicina com competência e amor!

Aprendi que a família e os amigos fazem a diferença nesses momentos. A quantidade de telefonemas, e-mails, visitas e orações que recebi, com certeza, me abasteceram para enfrentar o período no hospital até o fim, sem desanimar. Meu marido foi o meu companheiro de todos os momentos e apesar de extremamente preocupado, ficou firme ao meu lado, me ministrou Johrei, todos os dias e isso me fortaleceu por dentro, pois neses momentos eu me conectava com o DIVINO e a meditação fluía fácil e levemente. Meus dois filhos sempre presentes, minhas noras e meus amigos queridos estiveram junto comigo em pensamento positivo e oração.

Escrevi tudo isso para desabafar e até para entender melhor o porquê de estar passando por isso e conclui que, na hora que acontece, nem sempre entendemos. É preciso passar um tempo de maturação para que o nosso espírito assimile e aí vem a LUZ. Foi assim que aconteceu nas quatro vezes que enfrentei o câncer. E acredito que essa explicação chegará no tempo certo. Sou grata!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

8 ângulos para enxergar e expressar AMOR


O livro no qual me inspirei para escrever sobre o amor e os oito ângulos para enxergá-lo e expressá-lo é O Chamado do Avatar Sathya Sai Baba, de Sonia Mesquita. Confiram o texto e comentem!

O Amor é a grande Força que move o Universo e as nossas vidas. O Amor é o combustível do Universo. É no Amor que todos os seres do mundo vivem, se projetam, se multiplicam e se desenvolvem. O desafio deste milênio é aprender a exercer a nossa Essência, deixar fluir o Amor represado. Precisamos aprender a Amar, transcender o Ego, apaziguar a mente e nos despegar do material. Vamos nos inspirar nisso para enxergar as formas como o Amor pode fazer parte de nossa vida: 

1 Inteligência Linguística ou Verbal

“A palavra falada ou escrita é uma das formas de expressar o Amor.”

2 - Inteligência Lógico-matemática

"As ações do dia a dia com Amor trazem sempre os melhores resultados."

3 - Inteligência Visoespacial

As cores, formas e imagens para retratar o Amor são múltiplas e variadas. Cada um pode encontrar a sua. 

4 - Inteligência Sonora ou Musical

"A música é o som do Amor"

5 - Inteligência Cinestésico-corporal

"Um abraço, um aperto de mão, um beijo, o aconchego do corpo são formas de expressar o Amor."

6 - Inteligência Intrapessoal

"O Amor a você mesmo é o primeiro passo para que possa expandir o Amor para outras pessoas."

7 - Inteligência Interpessoal

"A consciência que todos somos UM, mas em estágios diferentes de evolução, faz nascer de dentro de nós a amorosidade e a compaixão que preciso para me colocar no lugar do outro, entender o que ele sente e dar a minha contribuição: o Amor em palavras e atitudes.”

8 - Inteligência Naturalista

O Amor à natureza, que nada mais é do que Deus refletido em tudo que existe, é nossa fonte de aprendizado inesgotável de aprendizado e equilíbrio.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Medo de ser um Fardo



No livro Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando as Defesas Naturais, o neurocientista e psiquiatra David Servan-Schreiber fala sobre o MEDO DE SER UM FARDO. Segue abaixo o material do livro, com algumas considerações minhas (em vermelho):

“Nós estamos mais habituados a cuidar dos outros do que receber suas atenções. E atribuímos muita importância à nossa autonomia. A ideia de uma lenta degradação em direção à morte aterroriza também por nos condenar a ser terrivelmente dependentes dos outros, justo no momento em que não temos mais nada para lhes oferecer.”

A humildade de aceitar ajuda e também a limitação que vivenciamos em qualquer momento de nossas vidas nos fazem pessoas melhores. Essa limitação pode ser desde algo simples até algo mais complexo. Situações simples como: não poder andar porque quebramos o pé ou não mexer os braços porque acabamos de fazer uma cirurgia até situações como alguém que por um acidente ou uma fatalidade perdeu a visão ou não pode mais se locomover e fica dependente de uma cadeira de rodas. 

As situações transitórias funcionam como uma alerta para que prestemos mais atenção à forma como estamos vivendo a nossa vida, ao grau de satisfação que colocamos em tudo que fazemos, à gratidão por tudo que somos. E as situações mais complexas e que não são transitórias funcionam como um “tranco” que a vida nos dá para mudarmos a direção ou para descobrirmos a necessidade de olharmos além da aparência, para descobrirmos a força de superação que cada um tem dentro de si e que se faz necessária naquele momento.

“Contudo, nos últimos dias de nossa existência, temos que consumar uma das maiores tarefas de transmissão de toda nossa vida. Para cada um de nós, a ideia que fazemos de nossa própria morte vem geralmente dos exemplos que vivemos através dos falecimentos dos avós, dos pais, irmãos ou irmãs, ou de um amigo próximo. Essas cenas serão nossos guias quando nossa própria vez chegar. Se eles souberem nos mostrar como se preparar, como dizer adeus, como cultivar uma certa calma, nós nos sentiremos prontos e apoiados para esta última etapa da vida. Na nossa vez, quando nos aproximarmos da morte, longe de sermos inúteis, nós nos tornaremos automaticamente pioneiros e mestres para todos os que nos são próximos.”

Nesta semana que passou, faleceu a irmã de uma grande amiga de minha família e ao conversar com ela percebi que é possível morrer com dignidade e ainda deixar às pessoas que ficam, apesar da saudade, uma tranquilidade e a certeza de que tudo foi bem vivido. 

“Também eu tive a oportunidade de ter uma grande mestra: minha avó. Reservada, falando pouco de si mesma, ela foi uma presença constante em todas as passagens da infância que me pareceram difícil. Quando eu ainda era apenas um jovem adulto, fui visitá-la no que nós dois sabíamos ser seus eu leito de morte. Inspirado pela beleza e pela calma da minha avó vestida na sua bonita camisola branca, segurei suas mãos dizendo o quanto ela fora importante para a criança que agora tinha crescido. Claro que eu chorava, sem saber o que fazer das minhas lágrimas. Ela recolheu com o dedo umas das lágrimas e me mostrou, sorrindo docemente: ‘Sabe, para mim, suas palavras e suas lágrimas são pérolas de ouro que eu vou levar comigo.’”

Em nossa vida, sempre existem os nossos grandes mestres, pessoas que são colocadas em nossas vidas que podem ser ou não da família, mas que vêm para nos ensinar alguma coisa que precisamos aprender naquele momento. Eu tive grandes mestras em minha vida. Em minha vida profissional, que considero minha missão, tive uma professora de faculdade, Iolanda Ribeiro Novais, que me convidou para dar aula na escola dela em Franca, o “Pequeno Polegar”. Ali foi onde dei os primeiros passos de minha vida profissional, sempre muito bem orientada por ela que, como eu, amava a educação e que fazia dela um caminho para ajudar as crianças a descobrirem o prazer em aprender. Ela me acompanhou durante muito tempo, mesmo depois que mudei para São Paulo e faleceu de câncer no seio.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Entrevista Dr. Sergio Simon



Ontem assisti à entrevista, na Band News TV, do Dr. Sergio Simon, que foi meu oncologista, falando sobre o Câncer de Mama. Aliás, muito oportuna, pois estamos no Outubro Rosa. O Dr. Sergio, além de um excelente profissional, é um ser humano maravilhoso e para o tratamento do câncer isso é algo que faz a diferença. Separei as partes mais relevantes da entrevista. Confiram:

- Dr. Sergio enfatizou que a força da mulher perante o câncer é muito maior do que a do homem e achei interessante a colocação de que, antes de se deparar com a doença, a mulher tem medo da mutilação do seio, de perder a feminilidade. No entanto, quando ela enfrenta a doença, esse medo é substituído pelo medo de deixar os filhos, a família, precisar sobreviver e aí ela ganha força, muita força para enfrentar e superar a doença;

- A predisposição para a doença hoje tem muito a ver com estilo de vida, algo que já vínhamos ressaltando no Projeto Chama Acesa. A obesidade por causa de uma alimentação incorreta, o menstruar mais cedo e a menopausa tardia, bem como a hereditariedade e o estresse que as pessoas vivem são fatores que aumentam a predisposição à doença. Por isso, a atividade física, a alimentação equilibrada e o controle do nível de estresse devem ser as metas para evitar o câncer ou a sua reincidência;

- Dr. Sergio afirmou que, no futuro e com a ajuda da tecnologia, o câncer será uma doença controlável como é o diabetes hoje. E que existem estudos em busca de entender o que pode aumentar a imunidade da pessoa e também ajudá-la no processo de cura;

- A minha experiência com o Dr. Sergio foi um grande aprendizado, pois ele me acompanhou nas quatro vezes em que tive câncer, três no seio e uma no apêndice. Ele sempre atuou de forma muito objetiva ao falar da doença, sem esconder nada, com dados e estatísticas, e, ao mesmo tempo, de forma muito humana, dando todo acolhimento e compreensão necessários naquele momento.

Clique aqui e confira a entrevista. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Tipos de Medo


O livro Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando Nossas Defesas Naturais, do neurocientista e psiquiatra David Servan-Schreiber, afirma que o medo bloqueia nossa força vital e lista os tipos relacionados ao câncer: Medo de sofrer, Medo do vazio, Medo de ficar sozinho, Medo de ser um fardo, Medo de abandonar os filhos, Medo de perder os pais ou pessoas queridas, Medo das histórias inacabadas. 

O autor disse que não se pode pronunciar a palavra “câncer” sem que ela evoque o medo da morte. Mas o medo paralisa. É sua natureza. Quando ouvimos que nossa vida está correndo grave perigo, experimente com frequência essa estranha paralisia. O medo bloqueia nossa força vital no momento em que mais temos necessidade dela. Aprender a lutar contra o câncer é aprender a nutrir a vida dentro de nós. Ter êxito nesse aprendizado é chegar a tocar na essência da vida. Há pessoas que vivem suas vidas sem apreciar seu verdadeiro valor. Outras vivem a própria morte com uma tal plenitude, uma tal dignidade, que ela parece ser a realização de um obra extraordinária e dar sentido a tudo que viveram. Preparando-se para a morte, libera-se a energia necessária à vida.

Na minha opinião, sempre que uma doença aparece é para nos dar um sinal de alerta. É como se tivéssemos que repensar a forma como estamos vivendo a nossa vida: o grau de intensidade e de autenticidade que estamos vivenciando os nossos sentimentos e se o nosso pensar, sentir e agir estão acontecendo de forma coerente. Sim, porque muitas vezes pensamos e sentimos, mas não agimos alinhados com o que acontece dentro de nós, porque os medos nos impedem. 

Aprender a lutar contra o câncer e contra os nossos medos é descobrir uma força que existe dentro de cada um de nós e que, muitas vezes, não se tem consciência. E vencê-los nos fortalece e nos sensibiliza para desfrutar cada momento da vida como se fosse único, nos ajuda a viver o AQUI e AGORA, que é nosso maior desafio.

Sobre mim - Jamile Coelho
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Enfrentei o câncer quatro vezes e criei o Projeto Chama Acesa para ajudar quem está em busca do caminho da cura. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Medo


O MEDO é a emoção que mais nos impede de liberarmos todo o nosso potencial e de vivermos a vida plenamente. O medo nos bloqueia e não nos deixa vivenciar, experimentar, acertar e errar, que faz parte do processo de aprendizado que nos acompanha durante toda a vida. Concluímos, portanto, que o medo é uma emoção que necessita ser trabalhada em todas as etapas de nossa vida. 

O medo se localiza no chacra do Plexo Solar, de cor amarela, que fica na altura do estômago. Uma vez bloqueado, desequilibra nossa energia vital que acaba atingindo o nosso corpo físico com as doenças. As doenças aparecem para nos mostrar que estamos desequilibrados energeticamente e que precisamos urgente buscar o nosso equilíbrio. São um sinal de alerta de que precisamos olhar “para dentro” de nós e verificar o que realmente estamos sentindo e, depois, olharmos “para fora” e descobrir como o medo está interferindo em nossas ações do dia a dia e o quanto está nos impedindo de viver o AQUI e AGORA.

O medo tem muito a ver com o Estado de Espírito Anticâncer e foi a emoção que desencadeou o câncer em cada reincidência que tive. Foi como se eu precisasse passar pela doença várias vezes para ir me libertando dos meus medos. Existe um livro que faz parte de minha vida há muito tempo que é da psicóloga e querida amiga Patrícia Gebrim que se chama “Palavra de Criança”, que apresenta cartas com definição de palavras essenciais que fazem parte de nossa vida. E ela diz que: “Medo é um bicho peludo de cara feia que faz a gente querer fechar os olhos e se esconder, mas quando a gente arrisca e conversa com ele, a gente descobre que a cara dele não é tão feia assim.” Deixe seu medo conversar com você.”

Vamos conversar com nossos medos nas próximas semanas?

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Revisão



Fiz uma seleção com mais dados importantes reunidos pelo Chama Acesa. Confiram:

- “Aquilo que pensamos e acreditamos é criado por nós no mundo físico. Se queremos criar harmonia, precisamos nos sintonizar sempre com o positivo. O medo pode ser um alerta para avaliar as situações de risco e encontrar um meio mais seguro de lidar com elas. Porém, quando ele se torna um fator paralisante, impede o fluxo natural da energia vital. Dessa maneira, nossas células se desequilibram e adoecemos”, disse a psicóloga Ana Lúcia Paíga. 

- “Nosso corpo manifesta um desequilíbrio que se origina em nossa mente. Use sua criatividade para expressar amor, compaixão e acima de tudo perdão. A mágoa e o ressentimento são as emoções mais causadoras de conflitos. Não se ligue nas experiências negativas. Perdoe e deixe-as ir. Dessa maneira você poderá manter sua saúde física e emocional e ainda ser mais querida por todos ao seu redor. Afinal, todos preferimos nos cercar de pessoas alegres e positivas, não é mesmo?”, concluiu a psicóloga Ana Lúcia Paíga. 

– Segundo a fisioterapeuta Kamila Favarão Adorni, estudos sugerem que a atividade física constante na vida da mulher está associada a uma redução do risco de desenvolver o câncer de mama. O melhor beneficio é encontrado em exercício aeróbico de três a cinco horas na semana. Além disso, a atividade física em qualquer idade promove a saúde em diversas varias formas, melhora da qualidade de vida, função física e aptidão física. 

- A atividade física deve ser orientada por um profissional da área de saúde. Converse com o seu médico ou fisioterapeuta e juntos elaborem um programa. E quando iniciar, comece devagar... Exatamente, comece com objetivos curtos, caminhando, depois intercalando caminhada com um trote até você se sentir em condições de correr. Procure atividades que lhe deem prazer, ao ar livre, com amigas, no parque, na esteira assistindo um show. E nunca desista, você vai sentir muita preguiça no começo, mas mesmo assim, não desista de seus objetivos. As informações são da fisioterapeuta Kamila Favarão Adorni.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Revisão



Como o numero de pessoas que nos acompanham está aumentando, resolvi fazer uma revisão dos temas que já abordei no blog. Espero que gostem! Confiram:

– Sou Jamile A. Magrin Goulart Coelho e já enfrentei o câncer quatro vezes - três vezes na mama (em 2000, 2001 e 2009) e uma vez no apêndice (2007). O livro Anticâncer – Prevenir e Vencer Usando as Defesas Naturais, do neurocientista e psiquiatra David Servan-Schreiber, chegou às minhas mãos como um presente de uma grande amiga: Nadia Morandier. Como nada acontece ao acaso em nossa vida, acredito que veio em um bom momento, pois estou fazendo uma dieta que ajuda a desintoxicar o organismo e a prevenir o retorno do câncer. A leitura me permitiu passar a minha experiência a limpo e concluí que precisava compartilhar isso, até para encerrar um ciclo. Acredito que as informações que reúno possam ajudar inúmeras pessoas que já enfrentaram o desafio de vencer o câncer, as que estão na luta neste momento e outras que poderão se prevenir, uma vez que acredito na afirmação de que o câncer é determinado antes de tudo por um ESTILO DE VIDA.

– Quando eu soube que estava com câncer a primeira vez, num primeiro momento, vi desabar meu mundo e das pessoas de minha família. Chorei, mas a preocupação era muito mais voltada para meu marido e meus filhos do que para mim. Concluí que compartilhar a dor com pessoas queridas tem uma importância fundamental e isso eu vivi de forma muito profunda e verdadeira em 2009, na última reincidência que tive. No inicio, o medo toma conta da gente e de todos que estão à nossa volta. Mas, passado o primeiro impacto, cada um arruma uma forma de reagir para enfrentar. Dessa vez, estava mais lúcida e mais fortalecida por toda bagagem acumulada nos anos anteriores e pelo trabalho emocional vivenciado na terapia. Já sabia identificar o que queria com facilidade e conseguia pedir a ajuda certa para pessoa certa, na hora certa. 

– O câncer é uma doença crônica. Para evitá-la, é preciso corrigir a alimentação, reforçar o organismo por meio do exercício físico e modificar a atitude mental. Precisamos aprender a relaxar e a controlar a nossa mente, pois uma coisa é clara: não podemos nos sujeitar à impotência e ao sofrimento. O que importa é estar perto dos valores mais autênticos e colocá-los em ação nos próprios comportamentos e nas relações com os outros. Desse esforço vem um sentimento de gratidão pela vida tal como ela é.

-Corpo Anticâncer é o corpo em movimento e está diretamente relacionado ao desejo de viver. Muitos estudos demonstraram que os mecanismos de regulação e de defesa do corpo que lutam contra o câncer podem ser estimulados pela atividade física. Nunca fui disciplinada com a atividade física. Começava e parava. Meu marido era muito disciplinado e percebia-se o efeito positivo que o exercício tinha nele. Ganhei um mês de academia de presente dele no Natal e comecei a frequentar. No inicio, não me encontrava com nada e não tinha prazer em ir. Tudo melhorou na medida em que experimentei outras modalidades de exercícios, como Pilates e Ioga. Eu me encontrei totalmente e, dessa forma, consegui aliar o útil ao agradável. Até hoje, 10 anos depois, continuo minha atividade física de forma disciplinada e afirmo que não conseguiria mais viver sem ela.

- Acabei de vivenciar uma experiência com uma dieta para desintoxicar o organismo com uma nutricionista funcional, Dra. Luana Vasconcelos, e sentir, com resultados palpáveis, os efeitos em meu organismo. Essa dieta foi indicada pela minha mastologista, Dra. Patricia Teresa Valentini de Melo, pelo fato de ter feito a quimioterapia. A quimio destrói as células cancerosas, mas traz uma série de efeitos negativos para o organismo. Tinha feito meus exames de controle e estava com várias alterações nos exames de sangue que indicavam uma propensão muito forte para uma recaída (nível inflamatório alto, índice de açúcar alterado, entre outros fatores). Tirei radicalmente glúten e lactose por dois meses. Com isso, perdi gordura corporal, ganhei músculos e meus exames ao serem repetidos indicaram uma melhora incrível, baixando sensivelmente os níveis de inflamação. 

– Você sabia que nosso intestino tem, em média, 30% de bactérias “ruins” e 70% de bactérias “boas”? Quando fazemos quimioterapia isso se inverte, ou seja, nosso intestino fica, em média, com 70% das ruins e 30% das boas. Há um desequilíbrio, o que afeta muito nossa saúde. Um intestino lesionado afeta diretamente na imunidade (já que é onde as IgAs - um tipo de imunoglobulina - são altamente produzidas), e mais do que nunca a imunidade tem que estar em alta. A microbiota (flora intestinal) vai ficando comprometida, bactérias patogênicas e fungos proliferam, e probióticos (bactérias protetoras como os lactobacillus) começam a “morrer”, pois o pH não está mais propício para sua proliferação. As informações são da nutricionista Luana Vasconcelos.

- No tratamento do câncer, mais do que nunca, é importante cuidar do intestino. Portanto, devemos apostar na alimentação de fácil digestão, com boa mastigação e boa utilização de nossas enzimas digestivas, sem excesso dos alimentos que temos maior dificuldade para quebrarmos (digerirmos) até o final (até sua menor forma, de nutriente). Alimentos com uma cadeia proteica muito longa (alto peso molecular) são mais difíceis de serem digeridos, como trigo, soja e laticínios. As informações são da nutricionista Luana Vasconcelos.

– Passado o primeiro momento, o da descoberta do câncer, com o tempo vamos nos dando conta de que a doença funciona realmente como uma espécie de Libertação. Isso eu senti depois de mais uma reincidência, que me fez procurar um apoio terapêutico e tentar descobrir qual a causa da doença estar voltando. Não poderia mais fugir, passar por cima do que estava acontecendo e racionalizar. Posso afirmar com muita segurança que, nesses 12 anos, fui me libertando de muitos dos meus medos, de tudo que me amarrava e me prendia por dentro. Resgatei a verdadeira Jamile, com os seus talentos e dificuldades. E até hoje continuo na luta constante para não me perder de mim.

– Segundo Patricia Gebrim, cada um de nós está aqui para manifestar algo único e muito especial: seu verdadeiro Ser. Existe, em nosso íntimo, um lugar preservado das distorções e poluições deste mundo em que vivemos. Um lugar de paz, um lugar onde encontramos direcionamentos, equilíbrio e cura. Precisamos reencontrar o caminho até esse lugar. Para isso é preciso que aprendamos a silenciar a mente, a acalmar essa onda incessante de pensamentos que nos invade, nos atormenta e rouba a nossa paz. Precisamos reaprender a contemplar o mundo, como fazem as crianças, com aqueles olhões grandões de jabuticaba que enternecem nosso coração. Precisamos recuperar a inocência de nossos olhos e o ritmo de nosso coração que deveria, a cada batimento, homenagear a vida.

- “Se você deseja saúde em sua vida, feche os olhos, encontre a si mesmo em seu íntimo, pegue a si mesmo no colo, acalente-se, cante uma canção de ninar, olhe para o céu, converse com as estrelas, sinta o vento acariciando seus cabelos, perceba a beleza do mundo, ame, sonhe, envolva-se em tornar seus sonhos realidade, dê de si mesmo aos outros, compartilhe, seja a luz que mora em você”, recomendou Patricia Gebrim

– "Quando manifestamos nosso verdadeiro Ser, o medo se dissolve, a dor se dissolve, o amor vem até nós e o corpo reflete essa harmonia, manifestando saúde. O câncer é uma guerra se travando em nosso corpo, um corpo que precisa urgentemente de paz. Busque sua paz", palavras de Patricia Gebrim.

– Não negue a realidade, mas também não dê a ela um peso maior do que o necessário. Brinque um pouco, exercite a leveza, use sua imaginação de forma positiva, assuma o controle da sua mente e dos seus pensamentos, não permita que o negativo se torne um peso que puxe você em direção ao fundo lamacento de um rio. Podemos voar, podemos nos elevar, basta acreditar. Acredite em você!" O texto é de Patricia Gebrim.

– Seja aprendendo a relaxar e controlar melhor a mente, seja se alimentando melhor, seja praticando exercícios físicos regularmente, só há uma verdade, um segredo: precisamos nos dar um caminho no qual possamos guiar o curso de nossas vidas em vez de nos sujeitarmos à impotência e ao sofrimento.

- A atitude de consciência e liberdade nas escolhas aplica-se também aos métodos naturais, quer se trate de alimentação, quer de Ioga ou ajuda psicológica. Nem todos são indicados para todo mundo, nem em todos momentos da vida. Um dia, o mais benéfico é a meditação, em outro escrever um diário, em um terceiro, fazer um exercício. É preciso escolher e dizer a si mesmo: “É disso que eu preciso agora”. E prosseguir na vida com firmeza e flexibilidade.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Depoimento



O depoimento da fotógrafa Sandra Lozano no Facebook do projeto Chama Acesa me emocionou. Decidi compartilhá-lo com comentários meus. Confiram: 
 
"Tive câncer no seio, ainda estou em tratamento. Fico assustada, mas não desisto... o Câncer me acordou, hoje vivencio tudo com muita intensidade, muita gente não compreende, me acham esquisita, mas percebo que vivo cada partícula de segundo... Fiquei mais sensível, meu olhar neste Universo ficou diferente e vejo coisas com mais detalhes e amo com paixão..." 

Sandra, o câncer me acordou também, me fez soltar todas as amarras que me prendiam e que não deixavam minha essência como pessoa se manifestar totalmente. Eu também fiquei mais sensível e amo de paixão a minha vida como você! 

"Me sinto uma vencedora, perdi o medo de morrer, mas temo ficar impossibilitada de fazer o que amo, fotografar, desenhar, amar, estar com as pessoas que são as minhas verdadeiras riquezas... Amo intensamente, sou intensa , sofro com as perdas, caio, mas me levanto rápido, ergo a cabeça e sigo em frente..."

A sua Arte é para você o que a minha profissão é para mim. E o universo de cada pessoa me encanta e me fascina! 

"Gosto de estar com pessoas, doar meu amor... Não me importo mais em não ser compreendida, pois eu compreendo que é meu rito de passagem, faz parte de mim, querer amar, se apaixonar pela vida, pelas pessoas e por mim ... Com todos os desencontros que há na vida, que é esperado, aprendo a cada dia, me renovo de tempos em tempos, pois minha Chama está Acesa, a vida é minha parceira..." 

A mesma intensidade que você sente eu sinto em cada coisa que faço, com cada pessoa que encontro e também sou muito apaixonada pela vida! A minha Chama nunca esteve tão Acesa como hoje e uma sensação de plenitude tomou conta do meu coração e da minha vida.

"Sou feliz com minha Arte e por eu existir."

Sandra, acredito que pelos pontos de identificação que temos, a vida não nos colocou juntas ao acaso e que podemos com nossa energia e alegria de viver ajudar outras pessoas, que como nós, enfrentaram ou enfrentam o câncer e que podem ver na doença uma oportunidade de crescimento como aconteceu conosco. Sou muito grata a você e à VIDA que nos proporcionou este encontro!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Espiritualidade e o Câncer



Quando enfrentamos o câncer, nos deparamos com uma doença cujo estigma é a possibilidade de encaramos a morte. E o que é a morte? Para alguém que, como eu, acredita que a vida continua, é o término de uma etapa para início de outra. 

No entanto, falar isso racionalmente apoiada nos conceitos que acreditamos é uma coisa, enfrentar a real possibilidade traz para a nossa mente e coração sentimentos muito contraditórios.

Sentimentos de medo... Medo de perder as pessoas que amamos, medo de abandonar quem precisa de nós, medo do desconhecido, pois não nos lembramos do que já aconteceu conosco antes desta vida...

Sentimento do desespero: Por que eu? Por que agora? E outros tantos porquês...

Sentimento de fraqueza, de sentir que o nosso corpo que é algo que temos de palpável está fraquejando, sofrendo...

Sentimento de impotência, porque é algo que não controlamos...

E, em meio a todos esses sentimentos, surge de dentro de nós uma FORÇA que a gente nem acreditava que existia até o momento e que nos leva a LUTAR, a QUERER VENCER e NÃO DESISTIR.

E aí nos perguntamos: de onde vem essa força que até então eu desconhecia? Ela vem de DENTRO, não é algo que se enxerga e se toca, mas é muito mais forte do que tudo que existe e que podemos perceber com nossos sentidos.

Neste momento, temos que admitir que somos muito mais do que esse corpo que temos, que existe algo maior, não mensurável, mais forte do que tudo que existe e que está no seu íntimo, num lugar que durante a vida até o momento, quase nunca acessamos.

Para mim, nesse lugar está nosso maior tesouro como ser humano: a nossa ALMA, o nosso ESPÍRITO, a nossa ESSÊNCIA, que está em contínuo processo de evolução e que tem a nossa LUZ

A LUZ que nos leva a olhar menos para a gente e mais para o outro, que nos alimenta de algo maior e que levaremos junto quando formos desta vida para outro estágio, mas que neste momento, não temos muita condição de entender.

E para enxergar e aceitar é preciso muita . Fé em DEUS, este DEUS que nós, como seres humanos, procuramos por tantos caminhos e que está em nosso interior. Acontece que perdemos a conexão com ELE olhando demais para tudo que existe fora e que nos chama tanto a atenção, em várias etapas da vida.

Então, acontece de nos deparamos com algo que desestabiliza a nossa vida, como uma doença, no caso o câncer, mas que poderia ser uma outra qualquer que nos ameaça de tirar a vida e que nos obriga a parar de olhar para fora e voltar o nosso olhar para dentro. 

Aí sim, somos levados pela força das circunstâncias ou pela sabedoria da vida a descobrir a nossa FORÇA, nossa LUZ, que é DEUS dentro de nós.

Quando acontece esse encontro da nossa ALMA com a LUZ que existe dentro de nós, o corpo fraco encontra um espírito forte que olha para aquela fragilidade do corpo e não se assusta. Não se assusta porque sabe que este corpo é transitório, que somos SERES ESPIRITUAIS tendo uma experiência humana e que estamos aqui para aprender.

A consciência que ninguém é melhor do que ninguém aparece de forma nítida: estamos todos em um processo de aprendizado, embora em diferentes níveis de evolução e a nossa missão é um ajudar o outro, pois a necessidade básica do ser humano nesta vida é amar e ser amado. Este é o sentimento maior que a todos transforma e liberta! 

E garanto que não existe nada mais gratificante do que voltar o nosso olhar para as pessoas que aparecem em nossa vida e que podemos ajudar nessa transformação, mesmo que seja com algumas palavras como me aconteceu ontem. Ouvir um "muito obrigada, amiga" ainda soa em meu coração como uma benção que recebi e que agradeço a Deus. Acredito que a CHAMA ACESA deste projeto ganhou um brilho maior, uma razão para continuar existindo. “Obrigada, querida amiga”, digo eu!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Autoestima X Mastectomia



No dia 26 de julho, o Globo Repórter mostrou mulheres que encontraram na dança do ventre uma maneira de recuperar a autoestima e o ânimo após a mastectomia. Isso me motivou a falar sobre a minha experiência em relação à autoestima após a mastectomia. Qualquer doença chega em nossas vidas para nos mostrar que algo precisa ser mudado, para levar a nossa atenção para dentro, mesmo que o sinal seja do lado de fora. E eu que sempre fui muito vaidosa e gostava do meu corpo, sentir que perdi parte dele foi algo difícil, devo admitir. Principalmente os seios, que, para a mulher, é o símbolo da feminilidade e acho que também da sensualidade.

Eu continuei minha vida. Não perdi as pernas que podiam me levar para onde queria, nem meus braços que me permitiam fazer inúmeras coisas em meu dia a dia, mas perdi algo que me fez olhar pra dentro, sentir e aceitar todos os sentimentos contraditórios que existiam dentro de mim. Sentimentos de perda, de insegurança, de medo.

O processo de aceitação exige que nos livremos de nossas máscaras, aquelas que usamos para nos sentirmos amados e que trazemos desde criança. A minha foi a máscara da “Poliana”, que queria tudo fosse maravilhoso, com excesso de otimismo, que não tinha coragem de dizer “não” para as pessoas e que queria ter todas as atitudes certas nas horas certas para não magoar ninguém. A máscara para não mostrar sentimentos “errados e feios”, como a raiva, o medo, a tristeza...

Vocês acreditam que, para aceitar que eu tinha raiva, precisei de um bom tempo de terapia e coragem para olhar pra dentro, descobrir e depois de muito sofrimento, conseguir admitir que ela existisse dentro de mim? A tristeza também era um sentimento que não existia em minha vida, salvo raríssimas exceções. Sabe por quê? Meu excesso de otimismo não deixava espaço para minha tristeza aparecer. E na primeira vez que tive câncer de mama, eu não lidei com a minha tristeza, mas com a daqueles que estavam à minha volta e me queriam bem (meu marido e meus filhos). Meu Deus, que falta de coragem!

E assim, aconteceu na segunda e, na terceira vez, fiz a mastectomia. Tudo isso para me mobilizar a ter coragem e tentar entender o que estava acontecendo. E foi preciso muita terapia para mexer onde doía, pois antes eu sequer admitia que existisse a dor. Eu fugia dela, com muito medo de me perder.

Fui aprendendo que quando você consegue encarar o que acontece e “tocar o dedo na ferida” começa um processo de libertação. Vamos desfazendo os nós dentro da gente e nossa alma vai ganhando força e liberdade. Começamos realmente a ter uma “autoestima real”, baseada no que temos por dentro e não aquela apegada ao que temos externamente que, com o tempo, inexoravelmente, vai mudando. E aí descobrimos que toda a força que precisamos para vencer a doença, assimilar as perdas e continuar a luta está dentro de nós. E descobrir isso é algo incrível, grandioso demais!

Neste momento, surge muito forte a certeza de que Deus está dentro da gente e que nada irá nos derrubar. Este lado espiritual aparece de forma nítida e nos mostra que somos um ser humano integral: corpo, mente, coração e espírito. E que não precisamos ter medo, porque nada termina aqui. Que ciclos se encerram, mas a vida continua; que somos seres espirituais tendo uma experiência humana, como já li uma vez. Neste momento, o medo vai embora e o nosso processo de libertação prossegue. 

A cada passo que damos neste processo ganhamos consciência de que a nossa LUZ deve brilhar e iluminar a nossa vida e a de todos que estão à nossa volta e também a de todos aqueles que cruzam o nosso caminho por algum motivo. Mais uma vez a força interna vai se solidificando e entregamos a Deus e ao Universo o que acontecerá em nossa vida procurando viver o momento presente inteiro, de corpo e alma.

E foi a partir deste sentimento que nasceu o Projeto Chama Acesa, com o objetivo de compartilhar minha experiência, falar dos meus medos, da raiva escondida que se transforma na doença. Acredito realmente que o câncer tem muito a ver com estilo de vida (corpo, alimentação e estado de espírito) e que a doença foi um processo de libertação da minha essência. Hoje, tenho consciência que cuido melhor do meu corpo com exercícios físicos regulares (Pilates, Ioga e caminhadas) me alimento melhor com a orientação de uma nutricionista e, principalmente, cuido com carinho do meu estado de espírito, procurando expressar o que realmente sinto no aqui e agora. 

Posso afirmar, com segurança, que estou feliz comigo mesma, por dentro e por fora, com uma autoestima verdadeira que o tempo não vai me tirar, pois ela aparece no brilho do meu olhar e no desejo que eu tenho de viver. Agradeço a experiência que passei e a dádiva de estar cumprindo a minha missão com luta e consciência!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Atividade Física X Câncer



O assunto desta semana é Corpo Anticâncer. Compartilho com vocês artigo da fisioterapeuta Kamila Favarão Adorni, que me atendeu vários meses após a mastectomia. Confiram: 

“Que atividade física faz bem a saúde todos nós sabemos, mas como fator de prevenção ao câncer... Nos últimos anos, foram publicados inúmeros artigos que demonstram uma redução no risco de desenvolver alguns tipos prevalentes de câncer em mulheres e homens ativos fisicamente. Mas o que é atividade física? Atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulte em gasto energético maior que os níveis de repouso. 

E quais seriam estes mecanismos biológicos que poderiam explicar o efeito protetor do exercício na evolução de tumores malignos? Os mais aceitos consideram que o trabalho muscular reduz os níveis sanguíneos de insulina e de certos fatores de crescimento liberados pelo tecido adiposo, capazes de estimular a multiplicação das células malignas.

Há alguns estudos recém-publicados que reforçam a hipótese de que a atividade física aumenta as chances de cura de quem teve câncer. Neste primeiro, os autores selecionaram um grupo de 573 mulheres operadas de câncer de cólon. A intensidade dos exercícios praticados por elas foi avaliada por meio de questionários periódicos, que abrangeram o período iniciado seis meses antes da operação e encerrado quatro anos depois dela. Comparando aquelas que permaneceram ou se tornaram sedentárias depois da cirurgia com as que adotaram a prática de caminhadas de pelo menos uma hora na velocidade de cinco a seis quilômetros por hora, quatro a cinco vezes por semana – ou exercícios equivalentes -, as ativas reduziram pela metade suas chances de morrer de câncer.

Neste segundo, foram avaliados 832 portadores do mesmo tipo de câncer, participantes de um estudo comparativo entre dois esquemas de quimioterapia administrada depois da cirurgia. Os resultados foram semelhantes: andar pelo menos cinco a seis quilômetros em uma hora, quatro a cinco vezes por semana, reduziu a mortalidade por recidiva da doença entre 50% e 60%.

Outro estudo verificou que pacientes de câncer de mama, que realizavam uma dieta saudável (cinco porções de legumes e vegetais diários) associada a um exercício físico (caminhada) de 30 minutos, seis vezes na semana, poderiam aumentar sua sobrevida em até 10 anos.

Todos os estudos sugerem que a atividade física constante na vida da mulher está associada a uma redução do risco de desenvolver o câncer de mama. O melhor beneficio é encontrado em exercício aeróbico de três a cinco horas na semana. Além disso, a atividade física em qualquer idade promove a saúde em diversas varias formas, melhora da qualidade de vida, função física e aptidão física. 

Apesar dos inúmeros artigos científicos, ainda falta muito a ser pesquisado. Mas devemos continuar encorajando nossos pacientes a investir na pratica regular de atividade física, independente dos benefícios obtidos para o câncer, ela é imprescindível para a saúde em geral. 

E como começar? Primeiro, a atividade física deve ser orientada por um profissional da área de saúde. Converse com o seu médico ou fisioterapeuta e juntos elaborem um programa. E quando iniciar, comece devagar... Exatamente, comece com objetivos curtos, caminhando, depois intercalando caminhada com um trote até você se sentir em condições de correr. Procure atividades que lhe deem prazer, ao ar livre, com amigas, no parque, na esteira assistindo um show.. E nunca desista, você vai sentir muita preguiça no começo, mas mesmo assim, não desista de seus objetivos. Então, vamos começar!”

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Cartilha do Instituto Arte de Viver Bem - Fatores de Risco Controláveis x Estilo de Vida


Na semana passada, falamos dos fatores de risco não-controláveis do câncer de mama, com base nos dados da cartilha do Instituto Arte de Viver Bem com o apoio da Editora Abril. Hoje, vamos continuar com os fatores controláveis:

Pratique atividade física – um leque de fatores de risco associados ao câncer de mama seriam espantados de uma vez só com a atividade física regular. Por quê? A ginástica boicota a instalação da obesidade, derruba o colesterol no organismo, ajuda a conter a produção excessiva do hormônio e induz a produção das endorfinas que agem no cérebro e promovem a sensação de bem estar e combatem o estresse.

Obesidade e colesterol representam as gorduras que é a matéria-prima para a fabricação do estrogênio, que está no topo da lista de suspeitos do câncer de mama, pois age nas células mamarias promovendo a sua multiplicação. E, quanto mais intenso for o estimulo, maior a possibilidade de uma proliferação celular desordenada, o que resultaria em um tumor. As endorfinas promovem um embate contra o estresse, impedindo que se fragilize o sistema imunológico, pois ele é o responsável para detectar células defeituosas e agir combatendo-as.

Portanto, pratique atividade física aeróbica moderada, com uma frequência de três a cinco vezes por semana. Exemplo: caminhar 30 minutos em uma marcha mais acelerada ou também nadar e correr.

Eu só comecei a atividade física regular após os 50 anos, quando tive câncer pela primeira vez. Hoje, 13 anos depois, faço regularmente Pilates, Ioga e caminhadas de três a quatro vezes por semana. No entanto, para chegar nesse patamar, precisei experimentar várias atividades e só consegui quando aliei a atividade física com o prazer. 

Controle bem seu peso - se a preocupação de quem quer se livrar da doença é manter os níveis de estrogênio em equilíbrio, impedir o ganho de peso é uma medida preventiva necessária. Um alerta para as mulheres que já entraram na menopausa: depois do 50 anos, o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de hormônios. A gordura armazenada nas mamas é convertida em estrogênio e consequentemente, incita uma multiplicação acelerada.

Lembre-se: uma redução de apenas 5% do peso já cortaria pela metade os riscos de desenvolver alguns tipos de câncer de mama, conforme pesquisa realizada no Centro de prevenção Fred Hutchinson, nos Estados Unidos. 

Eu ganhei peso quando tomei o uso Tamoxifeno por cinco anos. Mas, foi só parar o remédio e fazer atividade física regular, que meu peso voltou ao normal. E hoje, com uma dieta de uma nutricionista funcional, meu índice de gordura corporal caiu e ganhei músculos, ou seja, estou mais saudável e feliz com meu corpo.

Alimente-se com saúde - um cardápio equilibrado e colorido por vegetais pode ser decisivo para manter o câncer distante. Uma dieta balanceada está relacionada com a saúde de uma forma geral. Os alimentos se dividem em três grandes grupos: construtores (proteínas), reguladores (vitaminas e sais minerais) e energéticos (carboidratos e gorduras). Em cada refeição, um item de cada grupo. Sirva-se de uma porção de verdes, amarelos e vermelhos e complete com tons mais claros (massas e arroz).

Não se esqueça: para blindar as mamas contra o câncer, os maiores aliados são as frutas, legumes e verduras. Esta tríade hospeda substâncias como carotenoides encontrados na cenoura, tomate, espinafre; além das acitogeninas, na graviola e na pinha, só para dar alguns exemplos. Essas substâncias participam da batalha contra os radicais livres que agridem o DNA das células programando uma multiplicação desordenada, que pode ser o estopim para um tumor. Embutidos e enlatados, frituras, carne vermelha grelhada, bebidas muito adocicadas devem entrar em sua dieta ocasionalmente.

Desde que iniciei há um ano uma dieta com uma nutricionista funcional, Dra. Luana Vasconcelos, minha alimentação ganhou em qualidade e os resultados, como bem-estar e disposição, fizeram muita diferença em minha vida. Perdi 2,5kg de gordura corporal e ganhei 1,5kg de músculos, pois aliei a alimentação à atividade física regular. Tirei glúten e lactose de forma radical por dois meses e depois tento equilibrar a dieta e fazer um acompanhamento. Isso ajudou a desintoxicar meu organismo, principalmente por causa da quimioterapia que fiz em 2001. 

Evite bebidas alcoólicas – um drinque antes ou depois do jantar, todo dia, não é um hábito inofensivo para suas glândulas. Sobram dados científicos que associam a ingestão frequente de álcool à maior incidência do tumor. Uma revisão de 113 estudos conduzidos pelas universidades de Milão, na Itália, e de Heidelberg, na Alemanha, sinaliza que não é prudente subestimar o perigo do álcool. Uma única dose por dia foi associada a um aumento de 4% na probabilidade de um câncer de mama ser deflagrado. Nas mulheres que triplicaram a dose de bebida alcoólica, o risco saltou para quase 50%.

Os níveis de álcool elevariam as taxas de estrogênio e ainda torna os receptores dessa substancia mais sensíveis à multiplicação celular, criando um descompasso para patrocinar um tumor. Eleger três dias na semana, restringindo o consumo para uma única dose (uma taça de vinho ou uma lata de cerveja) para aquelas que não abrem mão de um drinque é a sugestão. No entanto, de nada adiante economizar na quantidade durante a semana, se abusar dos goles nos finais de semana.

Diga não ao cigarro – entre tantos malefícios, há a suspeita de que a dependência do tabaco também dê um empurrão no aparecimento de tumores mamários. Ninguém contesta que o tabagismo está associado a inúmeros tipos de câncer, especialmente o de pulmão. Em Harward, nos EUA, depois de analisar mais de 110 mil mulheres, os pesquisadores verificaram uma associação entre o tumor e o hábito de fumar, especialmente em quem aderiu ao cigarro antes de ter o primeiro filho.

A bebida consumida socialmente se tornou um hábito na vida da maioria das pessoas. O cigarro, embora hoje já existam restrições como não fumar em lugares fechados e as pessoas estejam mais conscientes, na nova geração, as mulheres fumam mais do que os homens. Qualquer prazer pode se tornar um vício em um curto espaço de tempo, pois a pessoa canaliza sua ansiedade, tensão e estresse para um canal que, momentaneamente, vai aliviar. Só que como tudo que estimula e leva a picos de prazer, depois cai com a mesma velocidade e a sensação do corpo é de necessidade. Assim, o vício se instala para formar o ciclo: prazer x necessidade.

Eu nunca fui adepta à bebida alcoólica e ao fumo, mas sei que por trás do vício, sempre tem um estado emocional em desequilíbrio. Acho, portanto, que a bebida e o cigarro funcionam como um “gatilho” para extravasar o estresse. Qualquer vicio é um dos sintomas que nos mostram que o nosso “estado de espírito” está em desequilíbrio e, consequentemente, em curto ou médio prazo, terá reflexos em nosso corpo. 

Conclusões importantes

Todos esses fatores de risco controláveis estão associados e reforçam a crença de que o CÂNCER está muito associado ao ESTILO DE VIDA. Essa é a proposta que o Projeto Chama Acesa está difundindo quando falamos sobre temas que envolvem Alimentação Anticâncer, Corpo Anticâncer e Estado de Espírito Anticâncer para as pessoas com base em estudos e depoimentos que enriquecem e nos levam a uma reflexão.

Cada dia fico mais convicta de que câncer tem muito a ver com estilo de vida e sou totalmente adepta à Medicina Integrativa, pois são vários profissionais atuando para ajudar a pessoa que passou ou está passando pelo câncer a se equilibrar por dentro e por fora.

O Projeto Chama Acesa agradece à jornalista Valéria Baraccat Gyy, do Instituto Arte de Viver Bem, pela contribuição com um material tão rico e que precisa ser divulgado para cumprir a missão que temos em comum: usar a nossa experiência com o câncer para ajudar outras pessoas.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Cartilha do Instituto Arte de Viver Bem



A revista Claudia deste mês trouxe um encarte sobre o câncer de mama, bastante esclarecedor, reforçando que a prevenção está em nossas mãos e em nosso estilo de vida.

Valéria Baraccat Gyy teve câncer de mama duas vezes e depois de buscar conhecimento até mesmo fora do país transformou a sua luta em uma missão para ajudar outras pessoas criando o Instituto Arte de Viver Bem. Com o apoio da Editora Abril, elaborou o encarte que li. Compartilho com vocês detalhes do material e da minha história. 

Eu me identifiquei com a Valéria Baraccat Gyy porque tive câncer de mama como ela e depois porque criei o Blog do Projeto Chama Acesa com a mesma intenção que a dela: ajudar outras pessoas. Ao ler o encarte, percebi que a linha era a mesma do meu blog, ou seja, mostrar a importância do estilo de vida na prevenção e no tratamento do câncer de mama ou qualquer outro tipo de câncer.


A importância dos exames preventivos

Com os exames em dia, o câncer raramente passa despercebido e o médico consegue detectá-lo em uma fase incipiente, quando a esperança de vencê-lo ultrapassa os 90%. Esse é um argumento suficiente para levar o check-up a sério. A mamografia, a ultrassonografia ou a ressonância magnética são exames que se complementam e que são utilizados conforme a necessidade.

Sempre fiz os meus exames preventivos regularmente e foi dessa forma que descobri o primeiro câncer de mama. Como eu tinha a mama densa,a mamografia sempre era complementada pela ultrassonografia, que identificava o nódulo. Nos exames de controle, que ainda faço até hoje, a ressonância magnética também se faz presente.


Fatores de risco não-controláveis

Idade, menstruação precoce, menopausa tardia, antecedente familiar, reposição hormonal. Esses fatores fogem do seu controle e merecem vigilância constante. Confira detalhes:

Idade – mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas de câncer de mama.

Menstruação precoce ou menopausa tardia – o hormônio feminino estrogênio está no topo da lista dos suspeitos, pois ele age nas células mamarias, promovendo sua multiplicação. Quanto mais intenso for o estimulo, maior a probabilidade de proliferação da célula desordenada, o que resultaria em um tumor. 

Antecedente familiar – se tem parentes de primeiro grau- mãe, irmã ou filha- diagnosticada com a doença antes do 50 anos, vale reforçar a cautela, pois em cerca de 20% dos casos, os tumores estão ligados a questões hereditárias. 

Reposição hormonal – por aumentar os níveis de estrogênio, o tratamento pode favorecer o desenvolvimento do câncer. Só recorra à reposição com indicação de seu médico, que fará o acompanhamento. 

De todos esses fatores de risco citados, o único que me enquadro é idade, pois tive o primeiro câncer de mama com 50 anos, o segundo com 51 anos e o terceiro com 60 anos. Não tive antecedente familiar, nem menstruação precoce, pois menstruei com 14 anos, e não havia entrado na menopausa, o que aconteceu logo após o primeiro câncer, pelos remédios que tomei, que baixam a atividade hormonal. 

Na próxima semana, continuaremos a conversar sobre os fatores de risco controláveis que estão ligados a hábitos saudáveis de vida.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Resultados dos meus exames de controle x Estilo de Vida Anticâncer



Nesta semana, estive em minha mastologista, Dra. Patrícia Melo. Ela analisou os resultados de meus exames de controle (faço a cada seis meses) e, depois de um ano de trabalho integrado com a nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos, pudemos juntas concluir os benefícios que essa integração de trabalho trouxe à minha saúde. De forma prática:

- A gordura (esteatose hepática ) que eu tinha no fígado sumiu;
- Uma glândula inflamada que eu tinha há uns 20 anos na vulva e que parecia uma bolinha também sumiu;
- Meu nível de açúcar no sangue, que estava em um limite perigoso para se tornar um diabetes, abaixou.
- Minha testosterona, que dá força muscular, está muito bem;
- E outros tantos itens que não preciso citar um a um, como insulina, Vitamina D e ossos, estão bem melhores;

Essa visão de medicina integrativa me entusiasma, pois, se comparar com minha área de atuação, a educacional, sempre acreditei na interdisciplinaridade, ou seja, em aprender algo olhando de vários ângulos, sem perder de vista o contexto e a pessoa humana. 

Minha mastologista, Dra Patricia Melo, participou em julho de um congresso e de um fórum de saúde da mama na Bahia, que apresentava as novas diretrizes da mastologia. Essas novas diretrizes enfatizam a necessidade da integração de diferentes profissionais da área da saúde (fisioterapeutas, nutricionistas, mastologista, psicólogos,oncologistas, entre outros) para quebrar barreiras e tratar o câncer de mama de uma forma mais abrangente.   

Hoje, essa tendência de caminharmos cada vez mais para uma medicina integrativa, vem de encontro a uma visão holística do ser humano que se propaga em todos os campos de atuação e que segue a proposta do Projeto Chama Acesa, que relaciona a prevenção e o tratamento do câncer com o ESTILO DE VIDA.

No meu tratamento durante e pós-cirurgia, a psicologia sempre esteve presente, pois sem a ajuda terapêutica eu não teria vencido meus medos e libertado meu estado de espírito da sensação de impotência que tomou conta da minha mente e do meu coração durante um grande período de minha vida.

A nutrição funcional muito ajudou e ainda me auxilia na desintoxicação do meu organismo após a quimioterapia. No último período de tratamento, perdi 2,5 kg de gordura corporal e ganhei 1,5 kg de músculo e mudei minha alimentação, primeiro de forma radical, depois tentando equilibrar.

O Pilates e a Ioga, duas atividades físicas que pratico regularmente com prazer e disciplina, também muito contribuem para o bem-estar de meu corpo e para minha qualidade de vida.

A criação do PROJETO CHAMA ACESA foi a forma que encontrei para contribuir com as pessoas compartilhando tudo que vivi, pois acredito que em tudo existe uma missão maior que dá sentido à vida e que nos leva a aprendizagem e evolução.

ACREDITO que a doença chega por algum motivo que naquele momento não sabemos. Fica conosco o tempo que precisamos para nos libertar de algo que nos aprisiona, consciente ou inconscientemente. E depois vai embora deixando o aprendizado para quem a enfrentou e para todas as pessoas que de alguma forma estão próximas ou se aproximaram de nós por algum motivo.   

E REAFIRMO que, para passarmos para o ultimo estágio (deixá-la ir embora) precisamos dessa integração de atitudes que determinam o nosso estilo de vida: Alimentação, Corpo e Estado de Espírito Anticâncer.

Fique sabendo: Acontecerá em outubro deste ano em Belo Horizonte o Congresso Brasileiro de Mastologia que terá como participantes médicos, profissionais da área da saúde, agentes de saúde e voluntários, todos que atuam nesta área, caminhando em direção à integração.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Relembre



Separei material que acho importante rever sobre o que foi discutido até hoje no Projeto Chama Acesa Anticâncer. Confiram:

- René Dubos, pesquisador francês da Universidade de Rockefeller de Nova York, considerado um dos maiores pensadores da Biologia do sec.XX, depois de descobrir o primeiro antibiótico utilizado na medicina, tornou-se ardoroso defensor da ecologia, escreveu esta frase no final de sua carreira: “A medicina moderna só se tornará verdadeiramente cientifica quando os médicos e seus pacientes tiverem aprendido a tirar partido das forças do corpo e do espírito que agem através do poder de cura da Natureza.”

- O câncer é uma doença crônica por excelência. Para evitá-la é preciso mudar o terreno. Mudar o terreno é corrigir a alimentação, reforçar o organismo por meio do exercício físico aumentando os mecanismos de defesa do corpo que atuam na prevenção e também no tratamento. Mudar o terreno é principalmente modificar a atitude mental que alimenta a FORÇA VITAL responsável pelo nosso desejo de viver.

- Seja aprendendo a relaxar e controlar melhor a mente, seja se alimentando melhor, seja praticando exercícios físicos regularmente, só há uma verdade, um segredo: precisamos nos dar um caminho no qual possamos guiar o curso de nossas vidas em vez de nos sujeitarmos à impotência e ao sofrimento.

- A atitude de consciência e liberdade nas escolhas aplica-se também aos métodos naturais, quer se trate de alimentação, quer de Ioga ou ajuda psicológica. Nem todos são indicados para todo mundo, nem em todos momentos da vida. Um dia, o mais benéfico é a meditação, em outro escrever um diário, em um terceiro, fazer um exercício. É preciso escolher e dizer a si mesmo: “É disso que eu preciso agora”. E prosseguir na vida com firmeza e flexibilidade.

- A saúde é um todo. Cada passo na direção de um maior equilíbrio torna os seguintes mais fáceis. Cada situação, cada pessoa é única, cada caminho será único também. O mais importante é alimentar o desejo de viver.

- A mudança de atitude que parece melhor proteger contra o câncer corresponde ao processo de maturação valorizado por todas as grandes tradições psicológicas e espirituais, que descrevem cada uma de sua forma o fundamento do impulso vital (o processo de individuação de Jung, a atualização do eu de Maslow, o despertar desenvolvendo em si o que há de único e precioso de sagrado, das tradições espirituais). Em todos os casos, o que importa é estar perto dos valores mais autênticos e colocá-los em ação nos próprios comportamentos e nas relações com os outros. Desse esforço decorre um sentimento de gratidão pela vida tal como ela é.