quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Curador ferido transforma dor em uma ação de amor


Uma amiga psicóloga utilizou o termo "curador ferido" e fiquei muito impressionada com o significado, o que teve um sentido especial para mim. Confira abaixo meu texto reflexivo sobre  o assunto:

Curador todos nós somos. Mas nem sempre temos consciência disso.

O processo de cura é um caminho individual com os movimentos necessários para que o aprendizado de cada um aconteça no seu tempo, no seu ritmo, de acordo com as escolhas que faz. Só que ao nosso lado aparecem sinais intuitivos para nos mostrar recursos que podemos utilizar para percorrer o nosso caminho de cura.

Mas por que será que muitas vezes não enxergamos esses sinais? Algumas vezes achamos que isto é imaginação. Em outras, nem damos importância, porque estamos muito no mental, querendo encontrar explicações; ou porque estamos nos vitimizando, olhando tanto para o nosso sofrimento que pensamos que ele é o maior do mundo.

A visão interna está sem foco para encarar a verdade, porque estamos olhando pra fora e o que a doença quer nos avisar é que precisamos olhar pra dentro. Que precisamos nos guiar pela dor para encontrar onde em nossa vida estamos muito distantes de quem somos. É neste lugar que vamos encontrar um mal-estar, porque é isso que sentimos quando estamos indo contra a nossa alma, a nossa essência.

Este caminhar por dentro é um trajeto de ganho de consciência pela dor que nos leva ao amor, amor por nós mesmos. É um caminho de autoconsciência e cura.

E se surgir em nossa vida um curador ferido para nos dar alento e lucidez neste caminho de autoconsciência e cura? 

O curador ferido é uma pessoa que conheceu este caminho na pele, no corpo e no coração, porque também foi chamado para viver a doença em algum momento da vida. Ele também estava distante de sua alma. Ele também lutou muito para ter a coragem de percorrer o caminho da dor e encontrar a verdade. Ele sentiu e viveu a dor da impotência diante de algo que nos leva próximo ao nosso maior medo: o medo da morte. E sentiu isto de forma tão intensa que transformou sua dor em uma ação de 
amor para servir outras pessoas.

Assim nasceu o Projeto Mamas do Amor, o Projeto Mechas do Amor e inúmeros outros. Eles nasceram por curadores feridos. Quando encontramos um sentido maior depois de enfrentar uma doença e o materializamos com o intuito de utilizar aquela experiência para servir outras pessoas que estão percorrendo o mesmo caminho, estamos cumprindo o propósito daquela experiência em nossa vida.

Eu me tornei uma curadora ferida quando nasceu o Projeto Chama Acesa. E este projeto só poderia ter este nome porque representa a minha maior habilidade, que é o entusiasmo que coloco em tudo que faço. Ouvi vários depoimentos de pessoas que conviveram ou convivem comigo e todas falam do meu entusiasmo. Então é esta característica ou habilidade que nasce de dentro de mim com tanta fluidez que quero e preciso continuar utilizando para manter acesa a chama da vida onde eu estiver e com quem eu encontrar.

Sobre mim - Jamile Coelho
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Enfrentei o câncer quatro vezes e criei o Projeto Chama Acesa para ajudar quem está em busca do caminho da cura. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br.

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