terça-feira, 6 de março de 2018

Reflexões sobre o documentário On Yoga – Arquitetura da Paz


Assisti ao documentário On Yoga – Arquitetura da Paz, do diretor Heitor Dhalia, e as sensações que tive foram de encantamento e de profundidade, com palavras que traduziam uma alma conversando com a outra. Fiquei mais de duas horas ouvindo e fazendo anotações. 

Conta a história do fotógrafo Michael O’Neill, que teve uma paralisia no braço, fundamental para seu trabalho. A deficiência foi superada por meio da Ioga em viagens à Índia, trazendo reflexões sobre mudança de perspectiva em relação à vida.

Confira abaixo minhas anotações e as reflexões que fiz a partir delas:

“Somos parte de algo maior que nos conecta qualquer que seja o nome dado. Tem momentos que conseguimos ver a unificação na diversidade.”

Esta afirmação me conecta com o conceito de rede que aprendi com Oswaldo Oliveira. E acredito muito que esse conceito possa ser construído e materializado por cada um de nós quando estamos conectados com o nosso propósito individual e coletivo.

“O objetivo da pratica da Ioga é você conquistar uma disciplina para que isto te sustente, para que você possa superar sem precisar entrar em uma nova experiência só para se sentir melhor.”

Se eu pudesse escolher uma palavra para o que a Ioga representa em minha vida hoje, seria SUSTENTAÇÃO. Precisei ganhar disciplina não só na aula, mas também para incorporar essa prática em meu dia a dia, dentro da minha casa.

“O corpo é o instrumento e a Ioga é a musica, a respiração é o tom e você toca a música, ouve a música para tranquilizar a alma, a alma do coletivo.”

Ao ouvir isso, conclui que é unir a poesia com a música, com o corpo e com o chamado da alma de forma cada vez mais harmônica.

“Servindo aos outros, você pode se encontrar.”

Quando eu e você colocamos nossas habilidades a serviço de uma causa que acreditamos e a serviço das pessoas, os olhos brilham e o coração vibra, porque estamos realizando nosso propósito. Se fazemos, com consciência e por escolha, isso se torna mais potente em vibração e resultados.

“Nossa origem é o espírito. Pare de julgar, pare de analisar, de comparar e comece a experienciar o que está se movendo em você e através de você.”

Sair do comando do ego, que se expressa pelo julgamento, pelo mental e racional e dar espaço para que minha essência, minha alma ou espírito se manifeste pelo sentir e agir, que vêm de dentro pra fora, é o meu exercício e desafio diário.

“A filosofia ocidental é representada por uma busca acadêmica. Representa um estudo, discussões e conclusões.

A educação e a cultura ocidental são muito bem representadas por estudos, defesas de tese, mestrados, doutorados e outras formas de comprovação científica, baseados em evidências racionais e na linearidade, cujo movimento é de fora para dentro. Esta é uma constatação, sem julgamento, baseada em fatos.

"A filosofia oriental é formada por práticas que abrem e elevam a consciência.”

A educação e a cultura oriental são muito bem representadas pelo aprender a aprender, educação para a vida, autoconhecimento, busca de sentido e significado. Tudo baseado na intuição, cujo movimento é de dentro pra fora. E isso comprova que tudo que precisamos está dentro de nós.

Como vivemos em um mundo de dualidades em que objetivo e subjetivo se alternam, as duas filosofias são complementares.

Mas o momento do mundo atual necessita do lado intuitivo que está aflorando de todas as formas possíveis para nos levar a olhar para dentro e descobrirmos quem somos, o motivo de estarmos aqui e nos unirmos.

Depoimento

Eu me guiei muitos anos pela filosofia acadêmica do ocidente aprendendo a estudar, mas sempre sentia a vontade de experimentar algo diferente do padrão e logo colocava essa ideia que surgia dentro de mim em uma experiência. Esta forma intuitiva de pensar, sentir e agir me levou a criar a semente do Espaço Educacional, primeiro dentro de mim e depois fora.

Quando sentia que tinha que fazer algo com o objetivo de olhar o ser humano em primeiro lugar, já estava me orientando pelos conceitos da filosofia oriental que surgiam dentro de mim. Acredito que, em 1993, deixei vir à tona essa parte intuitiva, que foi desabrochando progressivamente com uma permissão interna que conquistei com muitas crises, dores e superações.

Hoje, me vejo em um momento de busca de transcendência, de tentar unir o ser com o fazer, pois tenho maturidade física, mental, emocional, espiritual e disponibilidade total para fazer escolhas em minha vida com liberdade e permissão interna. Caminho no ritmo do meu coração, seguindo a minha intuição e tendo a certeza de que tudo que preciso está dentro de mim e não fora. Essa atitude de gratidão e de entrega é o que me preenche por dentro e quer se manifestar a todo o momento.

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