segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O Poder do Hábito



Acabei de ler o livro O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, e pensando sobre o aprendizado que a leitura me trouxe, preciso compartilhar algumas conclusões. Diz o autor que os hábitos não são inevitáveis e podem ser ignorados, alterados ou substituídos. Sem o circuito dos hábitos, nosso cérebro entraria em pane, sobrecarregado com as minúcias da vida cotidiana.

A descoberta do circuito do hábito é importante porque revela uma verdade básica: quando um hábito surge, o cérebro para de participar da tomada de decisões, não faz tanto esforço ou desvia a atenção para outras tarefas. O problema é que nosso cérebro não sabe diferenciar hábitos bons de ruins e, se você tem um hábito ruim, ele está sempre à espera dos estímulos e das recompensas. Isso explica porque é tão difícil criar o hábito de fazer exercícios físicos ou de mudar nossa alimentação.

A mudança pode não ser rápida e nem sempre é fácil. Mas, é possível, pois com tempo e esforço, qualquer hábito pode ser remodelado. No momento que descobriu qual é o circuito do seu hábito – você identificou a recompensa que está movendo seu comportamento, o estimulo que o provoca e a rotina em si - você pode começar a alterar o comportamento.

Comentário

Muitas vezes, não temos consciência de que vamos adquirindo hábitos nocivos para liberar o estresse, tão comum nos dias atuais pelo ritmo acelerado de vida que levamos. E repetimos automaticamente comportamentos que nos trazem uma satisfação apenas momentânea, seguida de um desconforto, pois no fundo sabemos que aquele hábito não agrega bem-estar e qualidade à nossa vida. 

Podemos exemplificar como hábitos não saudáveis: fumar, beber e comer demais, falar compulsivamente, trabalhar em excesso, ficar 100% plugado no virtual. Esses hábitos impulsionados pela nossa ansiedade acabam se tornando canais pelos quais liberamos o estresse, no dia a dia.

Tomar conhecimento da dinâmica ou circuito de um hábito, entender como e o motivo de ele acontecer e experimentar caminhos para uma mudança nos dá o poder de aceitar ou não alguns comportamentos que são prejudiciais em nossa vida e fazer novas escolhas.

Aquilo que parecia impossível em alguns momentos, difícil em outros, com o plano em ação vai diminuindo a intensidade e a frequência até se tornar algo automático, ou seja, o velho hábito desapareceu e surge um novo hábito em seu lugar.

Para fazer uma escolha assertiva nessa “troca” de hábitos é importante que descubra novos canais para liberar o estresse de forma saudável, que pode ser a música, o exercício físico, cozinhar para os amigos ou para a família, mexer com plantas e jardinagem, fazer artesanato, tirar fotografia, enfim, podem ser inúmeras opções que lhe dão prazer. Dessa forma, utilizará canais saudáveis para liberar seu estresse e ganhará em satisfação pessoal, bem-estar e qualidade de vida.

Só para lembrar: os hábitos não-saudáveis para liberar o estresse em algum momento são somatizados, se transformam em sintomas e o corpo nos “obriga” a encará-los. Todas as doenças surgem como resultados do nosso estilo de vida e nos direcionam para uma pausa ou reflexão sobre a necessidade de algumas mudanças que não podem mais ser adiadas.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

“Somos um só”



Eu sempre leio as colunas de Márcia de Luca nas revistas Claudia e Bons Fluidos e tudo que ela fala vai direto ao meu coração e traduz tudo que acredito. Decidi fazer uma síntese e comentar a sua coluna "Coisas da Alma", da revista Claudia deste mês, porque o tema está alinhado com a proposta do Chama Acesa, que é mostrar que o câncer tem muito a ver com estilo de vida (alimentação, corpo e estado de espírito), principalmente com o estado de espírito. Não podemos esquecer que o estado de espírito é o que nos apoia para adquirir e manter hábitos saudáveis na alimentação e na atividade física regular. Confiram:

Janeiro é um mês que incita à reflexão e à renovação. O meu objetivo aqui é incentivar todos a analisar o momento atual de evolução do Planeta Terra. A história da humanidade é cíclica. Desde que o mundo é mundo, civilizações têm seu apogeu e, em seguida, a queda. Pois é assim mesmo o movimento da roda da vida, que nunca cessa de girar.

Os opostos são parte intrínseca da nossa personalidade e da existência. Para atingirmos o verdadeiro equilíbrio, portanto, é preciso respeitar essa dualidade inerente ao nosso ser. Os indianos chamam a grande força que gera o Universo, responsável pela criação de tudo o que existe, de Shiva – que encerra em si as qualidades consideradas masculinas, como coragem, robustez e determinação. Como toda moeda tem dois lados, porém, eles dizem que quem coloca o poder de Shiva em movimento é Shakti, que contém em si as qualidades tidas como femininas: amor, compreensão, intuição e percepção. Uma força não existe sem a outra.

Até agora, o mundo masculino ditou normas e procedimentos e a razão nos guiou. Neste momento, passamos justamente por uma transição. Shiva começa a deixar o apogeu para dar espaço a Shakti, que reinará não mais por meio da razão, e sim do coração.

Mas é o equilíbrio entre uma coisa e outra que fará diferença na nova era, na qual estamos entrando agora. Shakti é o poder transformador do amor e da sensibilidade. A consciência de que ela existe dentro de nós nos trará bem-estar físico, psicológico e espiritual. Tem o poder de curar e rejuvenescer, nos ensina a celebrar o presente. É essa força que nutrirá nosso planeta, gerando mudança.

Dentro do coração espiritual, não há separação. Somos todos um só – um único ser de pura luz, em que o masculino e o feminino se encontram em harmonia.

Comentário

Eu estudo os hemisférios cerebrais há muitos anos e, quando li a coluna com o tema “Todos somos um”, imediatamente me lembrei dos hemisférios cerebrais: hemisfério cerebral esquerdo (razão) e direito (emoção). E o desafio de conquistarmos o equilíbrio no comportamento e nos relacionamentos que nada mais é do que a inteligência emocional. A busca pelo desenvolvimento das competências não-cognitivas, comportamentais ou emocionais hoje se tornou prioridade na educação das famílias, escolas e empresas.

A inteligência emocional, o equilíbrio entre a razão e a emoção é que nos ajuda a fazer escolhas inteligentes, errar, acertar, persistir e nos conduzir a uma qualidade de vida que, com certeza, impedirá o aparecimento de doenças como o câncer.

Se estamos entrando em uma era de descoberta do hemisfério cerebral direito, que tem o poder transformador do amor e da sensibilidade, vamos olhar pra dentro, para a luz que existe na profundidade do ser espiritual que somos.

Vamos estar abertos para esta conexão com o lado espiritual e com a consciência universal, pois é nela que reside a força que vemos brotar nas pessoas que estão enfrentando ou nas que já enfrentaram e venceram o câncer.

Isso sem esquecer que o equilíbrio entre estas duas forças opostas, masculino e feminino, trará bem-estar físico, psicológico e espiritual, que é tudo que precisamos para manter acesa a chama da vontade de viver.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imunoterapia contra o câncer é o 'Avanço do Ano'


A americana Emily “Emma” Whitehead comemorou em maio doze meses de remissão de uma leucemia tratada por imunoterapia


Compartilho com vocês texto da revista Veja sobre imunoterapia contra o câncer. Confiram:

Depois de décadas de descrédito, a imunoterapia contra o câncer se impõe e é o Avanço do Ano da revista Science. A revista americana Science, a mais prestigiada publicação científica do mundo, surpreendeu a comunidade de pesquisadores ao dar o prêmio de Avanço do Ano à imunoterapia contra o câncer. Há mais de cinquenta anos surgiu como uma solução mágica a ideia de curar o câncer pela estimulação do sistema imunológico dos doentes. Gradativamente, porém, essa frente de luta ficou em segundo plano, por falta de resultados satisfatórios. Cada descoberta teórica, cada novo estimulante do sistema imunológico sintetizado, produzia enorme esperança, que logo era frustrada pela realidade da prática médica. Foi assim com a vacina anticâncer produzida nos anos 80, a vacina da tuberculose, adaptada por uma série de médicos para se tornar também anticâncer. A terapia é um fracasso na grande maioria dos casos. Mais tarde o mesmo padrão de euforia seguido de decepção se deu com o interferon sintético, que se mostrou capaz de melhorar a resposta imunológica dos pacientes, mas só fez o tumor regredir em poucos casos. Nunca totalmente abandonada, a imunoterapia teimava em não ser alternativa à altura para a radioterapia e a quimioterapia.

Os editores da revista justificaram a escolha da imunoterapia exatamente pelos extraordinários resultados práticos de tratamento de tumores malignos pela estimulação do sistema imunológico. “O que era apenas um conjunto de relatos esparsos foi se encorpando e tomando a forma de evidência científica”, escreveu a Science sobre a cena científica em 2013, ano em que ficou célebre o caso da americana Emily “Emma” Whitehead, que em maio comemorou doze meses de remissão de uma leucemia tratada por imunoterapia. Desde a aprovação do primeiro tratamento imunoterápico, em 1997, nada de animador acontecera. Tudo mudou com o aumento do conhecimento. Descobriu-se que certos componentes do sistema, paradoxalmente, precisam ser inibidos. É o caso da CTLA-4, substância que impede o sistema imunológico de trabalhar sempre com carga máxima. Os melhores resultados vieram de terapias em que essa substância foi inibida, permitindo assim que o corpo se mantivesse em guerra total e permanente contra os tumores. Avalia o oncologista Bernardo Garicochea, do Hospital Sírio-Libanês:“Espero que a imunoterapia ganhe mais espaço e substitua progressivamente outras formas de tratamento mais tóxicas e invasivas”.