quarta-feira, 27 de julho de 2016

Forjando a Armadura



O medo nos conduz a muitas doenças. Por isso, compartilho nesta semana o poema "Forjando a Armadura", de Rudolf Steiner:

Nego-me a me submeter ao medo
que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me toma pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco,
que me persegue,que ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.

No entanto não quero levantar barricadas por medo
do medo. Eu quero viver, e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro e não
para encobrir meu medo.

E, quando me calo, quero
fazê-lo por amor
e não por temer as
conseqüências de minhas
palavras.

Não quero acreditar em algo
só pelo medo de
não acreditar. 
Não quero filosofar por medo
que algo possa
atingir-me de perto. 
Não quero dobrar-me só
porque tenho medo
de não ser amável.
Não quero impor algo aos
outros pelo medo
de que possam impor algo a mim;
por medo de errar, não quero
tomar-me inativo.
Não quero fugir de volta para
o velho, o inaceitável,
por medo de não me sentir
seguro no novo.
Não quero fazer-me de
importante porque tenho medo
de que senão poderia ser ignorado.

Por convicção e amor, quero
fazer o que faço e
deixar de fazer o que deixo de fazer.

Do medo quero arrancar o
domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que
existe em mim.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Quem pode tornar sua vida melhor?




Nesta semana, compartilho texto da Patricia Gebrim, que diz que "o aprendizado está sempre em gerar um equilíbrio entre polaridades". Confiram as reflexões da psicóloga, publicadas no site Vya Estelar

Tem coisas que a gente leva muito, mas muito tempo mesmo, para aprender. Olhando para trás, muitas vezes penso assim: 

- Puxa, eu poderia ter aprendido isso antes!

Precisamos observar com muita atenção as nossas experiências de vida e aprender com elas, se não quisermos continuar criando situações que nos causam dor. 

Tem gente que percorre seu caminho de vida com vendas nos olhos, de forma que nunca identificam de onde vem os golpes que recebem. Apenas seguem, esperando que, magicamente, sua "sorte" mude em algum momento e a vida se torne mais doce e amistosa. Não compreendem sua parte na dor que está sendo causada. Agem como vítimas, sem perceber que causam a si mesmos muitos de seus sofrimentos. Não percebem que poderiam evitar muita dor se estivessem mais atentas, fazendo suas escolhas de uma maneira mais consciente.

Abra os olhos, preste atenção. Tente fazer diferente. Assuma a tarefa de conduzir sua própria vida, entenda que sua vida resulta de suas escolhas. Se você tem sofrido, pare de culpar as pessoas ao seu redor e gaste sua energia tentando descobrir onde tem feito escolhas inadequadas e pouco amorosas com você mesmo. Para fazer isso, você precisa resgatar sua autoestima, precisa gostar de você o suficiente para se importar. Algumas pessoas já não se importam.

Se você é uma pessoa forte, por exemplo, se sente poderosa, anda com suas próprias pernas, sabe-se capaz de conquistar o que quer; compreenda que, mesmo assim, você possui vulnerabilidades. Se você as nega e só mostra sua fortaleza ao mundo, nunca existirá ninguém disposto a lhe oferecer um ombro, uma ajuda, uma mão estendida. Isso dói. O aprendizado é integrar a parte que você costuma deixar escondida. Assumir, primeiro para você mesmo, que apesar da sua força, que é real, você não é nenhum super-herói. É gente de carne e osso como todo mundo, e sendo assim precisa também das pessoas. Após se dar conta disso, corra o risco de permitir que as pessoas vejam isso. É a única maneira de contar com um ombro amigo. 

Super-heróis nunca recebem ajuda, anote em letras vermelhas!

Perceba que o aprendizado está sempre em gerar um equilíbrio entre polaridades. Olhe para suas características e pergunte a si mesma se estão em equilíbrio.

Outro exemplo seria o de uma pessoa genuinamente generosa. Uma pessoa disposta a ajudar, a abrir espaço para o outro, a ceder, a fazer o melhor para que o outro se sinta bem. Uma qualidade linda. Muitas vezes oferecemos algo a alguém que nada pode nos dar em troca, e isso é amor. Nesses casos apenas damos, sem esperar retribuição alguma.

No entanto, em uma relação, se tudo passa sempre a ser oferecido sem que exista reciprocidade, quando apenas um dá e o outro só recebe, aquele que só recebe vai se tornando mimado, sem nada dar em troca, e em breve o generoso estará sendo explorado. Apesar de tudo oferecer, não será visto, cuidado ou respeitado, pois o outro se acomodou a essa distorcida via de mão única, passando a se portar como uma criança predadora, uma vampira emocional. Isso nunca aconteceria se o generoso estivesse atento, buscando o equilíbrio, a troca sudável. Não se trata de tornar-se avarento ou egoísta, mas apenas de ir oferecendo sua beleza na medida em que o outro a mereça, buscando mais equilíbrio entre dar e receber. 

Nem todos merecem nossos tesouros! Compreender isso é amadurecer. É tornar-se amoroso não apenas com o outro, mas também consigo mesmo. Essa é a regra de ouro. Nenhum ato de amor é verdadeiramente amoroso se tivermos que ferir a nós mesmos para executá-lo.

A vida é essa maravilhosa oportunidade de aprendermos essas e tantas outras coisas, tudo o que precisamos fazer é nos tornar observadores, dispostos a interferir em nossa própria vida, buscando torná-la mais saudável e equilibrada. Não delegue essa tarefa a ninguém. Nenhum pai, mãe, terapeuta, professor, líder espiritual ou força divina fará isso por você.

Tire as vendas de seus olhos e envolva-se.

Essa tarefa é sua e apenas sua.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Ioga e medicina integrativa



Nesta semana, vamos voltar a falar sobre medicina integrativa, desta vez com foco na ioga. A prática indiana ganhou o respeito da medicina e é usada para ajudar no tratamento de câncer, obesidade, dor crônica e doenças cardíacas, respiratórias e psiquiátricas. Veja detalhes nos trechos abaixo da reportagem da revista Isto É:

A medicina ocidental está incluindo a ioga na sua lista de recursos contra as doenças. Criada há cerca de cinco mil anos no lugar onde hoje é a Índia, a ioga é uma filosofia de vida. Seu princípio fundamental é o de facilitar a conexão do corpo com a mente, entendidos como uma coisa única, indissociável. Não é por outra razão que, em sânscrito, a língua usada em rituais do hinduísmo, a palavra ioga remete ao significado de atrelar. Para que isso seja possível, ela se apoia em recursos como a meditação, a respiração profunda e a execução dos ásanas, posturas corporais inspiradas em animais ou em outras referências da natureza.

Depois de desembarcar no Ocidente como mais uma excentricidade do Oriente, a prática hoje ganhou o respeito da ciência e recebeu o direito de entrar pela porta da frente em alguns dos mais renomados serviços de saúde do planeta. O método figura entre as terapias complementares disponíveis no MD Anderson, no Massachusetts General Hospital, em Boston, e no Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, em Nova York, por exemplo.

Na Clínica Mayo, outro respeitado serviço de saúde, localizado também nos EUA, ela é ofertada a portadores de doenças diversas. O pneumologista Roberto Benzo, por exemplo, a aplica no tratamento de insuficiência cardíaca (o coração perde a capacidade de bombear o sangue para o corpo) e de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), mal caracterizado pela destruição progressiva dos alvéolos pulmonares. “Os principais benefícios são a redução da dificuldade respiratória e a melhora do condicionamento físico”, explicou Benzo à ISTOÉ.