quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

"Não tenho tempo pro não essencial", diz neurologista com câncer terminal



O neurologista britânico Oliver Sacks, 81 anos, anunciou na semana passada que está com câncer em estágio terminal. Confira o seu depoimento no texto do QSocial

O escritor e professor da Escola de Medicina da Universidade de Nova York afirma no artigo, intitulado “Minha própria vida”, que se sentia saudável até um mês atrás, quando foi diagnosticada uma metástase no fígado.

O cientista conta que, há nove anos, tratou de um raro melanoma ocular que tinha apenas 2% de chance de sofrer uma metástase _e ele está neste grupo. “Minha sorte acabou.”

No texto, sóbrio e poético, Sacks diz se sentir grato por ter tido “nove anos de boa saúde e produtividade desde o diagnóstico original”. “Mas agora estou de cara com a morte”, afirma.

E segue: “Depende de mim escolher como quero viver os meses que me restam. Tenho que viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que puder”.

O autor de livros de não ficção de sucesso como “Tempo de Despertar” e “O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu” diz que se sente “intensamente vivo” e conta o que quer, no tempo que lhe resta: “Aprofundar minhas amizades, dizer adeus aos que amo, escrever mais, viajar”.

Segundo ele, tentará acertar as contas com o mundo e, também, se divertir e fazer algumas bobagens.

Sacks diz que está focado: “Não há tempo para nada não essencial. Tenho de me concentrar em mim mesmo, meu trabalho, meus amigos”. Notícias sobre política ou aquecimento global não terão mais sua atenção. Explica: “Estes não são mais meus problemas; eles pertencem ao futuro”.

Encerra reafirmando que seu sentimento predominante não é o medo, mas de gratidão. “Acima de tudo, tenho sido um ser senciente, um animal pensante, neste lindo planeta, o que tem sido um enorme privilégio e aventura”.

Por QSocial, com informações do “New York Times”

*Este texto faz parte do projeto Geração Experiência, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas com mais de 60 anos que são inspiração para outras de qualquer idade.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Viver pode ser bem mais simples do que você imagina...



Nesta semana, o texto para nossa reflexão é o "Viver pode ser bem mais simples do que você imagina...", escrito por Patricia Gebrim e publicado no Vya Estelar:

Em nossa falta de consciência, achamos que a vida só é boa quando nos sentimos alegres e nenhum problema nos aflige. Fugimos da dor e dos conflitos e tentamos, a todo custo, empurrar a vida na direção do que acreditamos nos fazer felizes.

Esquecemos que a vida é conduzida por uma força maior, cheia de sentido e sabedoria. Não importa o nome que você queira dar a essa força, você pode senti-la. Basta olhar para o céu ao anoitecer.

Em nossa ânsia de chegar logo ao final de tudo, esquecemos que atraímos em nossa direção exatamente aquilo de que necessitamos para nos tornar mais fortes, sábios e conscientes. 

A cada dia percebo com mais intensidade que é no desespero da dor que descobrimos a suavidade da mão que segura a nossa, é no extremo do cansaço que aprendemos a aceitar ajuda, é no tormento do caos que aprendemos o valor da paz, é no silêncio da solidão que aprendemos a amar mesmo os sons de que não gostamos. É do alto da torre, longe de tudo e de todos, que aprendemos a alegria dos que compartilham.

Sendo assim, a vida pode se tornar muito mais simples se pararmos de lutar contra ela, se pararmos de desperdiçar tanta energia tentando controlar o que não pode ser controlado.

Caminhe pela vida escolhendo seus caminhos da melhor maneira que puder, mas quando a vida surpreender você, aceite. Não se perca em revoltas inúteis, como fazem as crianças pequenas. Aceite o que vier como um desafio, brinque com as novas possibilidades, abra mão do apego ao que tinha idealizado e abrace a vida por inteiro. 

Viver tudo, seja lá o que for, é viver mais do que apenas uma metade. Nunca crescemos tanto quanto naqueles momentos que mais nos desafiam. 

É assim, polindo as sombras, que nos tornamos, aos poucos, a luz que somos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Três passos para uma vida mais feliz


Compartilho com vocês o belo texto de Patricia Gebrim, publicado no Vya Estelar:

Uma gripe me obrigou a desmarcar as consultas e passar a manhã em casa. No silêncio matinal, exceto pelos miados do meu gato excitado por minha inusitada companhia, me pus a pensar no que realmente tem valor nesta vida. 

Para chegar ao essencial, fechei os olhos e tentei sentir quais foram os momentos mais significativos de minha vida. Cheguei a três situações especiais, que compartilho com vocês.

A primeira situação que me ocorreu foram alguns momentos de vida em que eu estava expressando o que considero ser a minha alma: Ajudar alguém que estava em dificuldade, o lançamento de um livro, velejar numa rajada forte de vento... Ao me lembrar desses momentos, tive certeza absoluta de que estamos aqui por um motivo lindo e especial. Cada um de nós tem um presente a ofertar a este planeta. Sem exceções. Sendo assim, é fundamental que expressemos quem de verdade somos. 

Precisamos ter a coragem de ir além da superfície e trazer à tona o nosso verdadeiro ser. Todos nós, sem exceção, temos algo de luminoso e precioso para compartilhar e estamos aqui para tornar este lugar um pouco melhor. Cabe a cada um de nós revelarmos o divino que nos habita. Ao fazê-lo, permitimos que a beleza flua através de nós, deixando em cada uma de nossas células um rastro de gratidão que ilumina nossas vidas e aquece nosso coração. 

A segunda situação que me ocorreu, foram momentos em que eu estava vivendo uma troca amorosa, seja com a família, amigos, parceiros afetivos, ou até mesmo com um animal, uma montanha, uma flor... Ouçam: o amor é a essência do nosso Ser. Não existe nada mais poderoso do que a possibilidade sentirmos amor.

Amar o outro requer um estado de vulnerabilidade 

E eu digo a todos, amem. Precisamos ter a coragem de amar. O amor nos espera para além dos portões do medo. O medo nos faz menores do que podemos ser. Não há como amar sem que exista uma entrega, sem que baixemos as armas, as defesas, as estratégias de controle. Para amar é preciso correr o risco de permitir-se ficar em frente ao outro num estado de total vulnerabilidade. Somente alguém muito corajoso é capaz de algo assim. E ainda assim, independente da reação do outro, o simples fato de permitirmos que a energia amorosa nos preencha faz com que nada nos falte, nunca. E isso é algo que apenas os corajosos saberão. O amor, em sua plena vulnerabilidade, é o lugar mais seguro deste universo. 

E, finalmente, a terceira situação que me ocorreu foram momentos em que eu me sentia conectada a algo maior, conectada a essa energia linda que abraça a tudo o que existe. A sensação era de plena presença. Ouçam o que lhes digo. Olhem para cima, busquem o espiritual. Você não precisa de nenhuma religião para fazer isso. Você pode encontrar essa energia luminosa observando a natureza, sentindo a delicadeza das pétalas de uma flor, olhando para o céu, acompanhando as brincadeiras de um filhotinho de animal. Tudo está vivo, o tempo todo. Quando nos conectamos com essa força maior que abraça a tudo, nos sentimos parte. Parte do vento, do mar, das montanhas, dos campos floridos, das estrelas. Nos tornamos um com tudo o que existe. Sentimos uma presença maior em nosso peito e instantaneamente sabemos que tudo está bem, e que tudo estará sempre bem, seja como for. Uma paz toma conta do nosso ser e nos sentimos em unidade com o todo da vida. E a vida pode ser maravilhosa quando nos sentimos assim, acreditem. 

Assim, a partir dessa reflexão, penso que existe uma tríade sagrada que nos permite chegar mais perto dessa sensação de bem-estar e plenitude que todos buscamos. Eu resumiria assim: 

- Ser quem verdadeiramente somos, amar e buscar a luz. 

Quase sinto gratidão por ter sido colocada hoje numa situação em que tive que ficar em casa. Escrever tudo isso me trouxe uma paz curadora, que envio na direção de todos vocês.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Pagar a doença ou viver com prazer e satisfação?

Compartilho nesta semana parte da reflexão de Lella Sá



Você já pensou no que vai te fazer realmente se sentir realizado em 2015?

As resoluções do ano novo não precisam ser elaboradas somente no dia 1º de janeiro. Elas podem ser feitas a qualquer momento para relembrar diariamente do propósito das tuas ações, ou seja, da sua vida. "Deixar a vida te levar" não é a melhor forma de seguir a vida. Para mim, ter um norte é fundamental para realizar sonhos. Caso contrário, os anos vão passando, vivemos à deriva e acumulamos desejos ao invés de realizações. Por isso, te convido a uma reflexão para que o seu ano de 2015 não passe em vão e para você tomar as rédias da tua própria vida. Afinal, você é o único responsável por te fazer feliz!

Acredito que a meta principal de todo mundo é "ser cada vez mais eu mesmo". Ou seja, buscar a sua autenticidade criando sua própria arte. Para isso, alguns dos nossos recursos são os talentos, paixões, a energia vital e o tempo de vida. Hoje, a maior parte do nosso tempo é designada ao trabalho. Portanto, é sugerido criar um Trabalho com Significado para que, através dele, possamos nos sentir realizados. Na minha opinião, é muito mais válido cultivar essa sensação durante a jornada do que só ao obter metas.

Dica: Faça do caminho um ato de prazer e satisfação.

Uma vez um amigo me contou "Trabalho num banco hoje, mesmo odiando o que eu faço, para ser milionário aos 30 anos. Então, eu saio para fazer o que amo." Logo depois, descobri que o que ele ama fazer é cozinhar. Portanto, me pergunto "Por que não fazer o que ama desde já?"

Colocar empecilhos no caminho para não fazer o que realmente gosta não vai te ajudar a ser mais pleno. Só te fazer perder tempo. Esse mesmo amigo, quando completou 30 anos, descobriu que precisava de muito mais dinheiro para manter aquele estilo de vida que levava e decidiu sair do banco com 40. E agora, quando fizer 80 vai perceber que a vida passou.

O que importa mais? Dinheiro ou Prazer e Satisfação? Por que vivemos a vida mesmo? Na tua velhice você prefere pagar pela doença que adquiriu de tanto estresse ou sentir-se vivo e cheio de saúde por ter vivido uma vida cheia de prazer e realizações?

Se o que você quer é trabalhar pelo dinheiro, que faça disso um ato de prazer e não se estresse. Atribua o significado que o seu trabalho tem para você.