segunda-feira, 9 de julho de 2018

Remédio para a alma: espiritualidade é disciplina na faculdade de Medicina da UFF


A medicina integrativa busca uma forma humanizada, centrada no ser humano integral (corpo, mente, coração e espírito), com foco na origem do problema, resgatando as medicinas tradicionais, como a chinesa e a ayurvedica, e todas as abordagens terapêuticas (baseadas em evidências científicas) apropriadas para alcançar saúde e cura. Chegou à minha vida de forma mais consistente por causa da Dra. Patricia Valentini de Melo, minha mastologista e amiga, que participou de cursos e congressos defendendo o tema.

Hoje, compartilho com vocês a reportagem "Remédio para a alma: espiritualidade é disciplina na faculdade de Medicina da UFF", do jornal O Globo, em que universidades, psiquiatras e especialistas analisam a influência de sentimentos nas manifestações de doenças e apontam o perdão como meio de cura. Confira: 

O ditado “Errar é humano, e perdoar é divino” sempre transitou pela religiosidade. Perdão e consciência vêm ganhando, entretanto, espaço nos meios acadêmico e científico, que analisam os benefícios à saúde alcançados por quem cultiva bons sentimentos e deixa para trás rancor, mágoa e raiva. Uma prova dessa mudança é a disciplina optativa Medicina e Espiritualidade, que caminha para o quarto semestre na faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense.

Os mestres da cadeira trabalham com a ideia de medicina integrativa seguindo conceitos da Carta de Ottawa, que conclamou, em 1986, organizações sociais e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a esforços para um novo padrão de saúde pública. O documento defende que saúde não é apenas a ausência de doença, mas uma condição decorrente do bem-estar físico, psicológico, familiar, social e espiritual, como explica o coordenador da disciplina, José Genilson Ribeiro.

— Na Europa e nos Estados Unidos, cerca de 80% das faculdades já têm essa cadeira no currículo. No Brasil, ainda estamos devagar — diz Ribeiro, urologista e professor da UFF responsável pela implementação da disciplina em 2017. — Em aula, trabalhamos os sentimentos. Acreditamos que a doença começa na alma, se instala no corpo físico, e que é preciso tratar o paciente de maneira integral. Não basta tratar o efeito da doença, mas os aspectos totais. Muitas pessoas têm mágoas e não conseguem perdoar. Isso as deixa presas em suas dores, o que dificulta a melhora física.

Lecionada por um grupo de profissionais atuantes nas áreas de psicologia, medicina e arteterapia, a disciplina Medicina e Espiritualidade vai além das salas de aulas. No Núcleo de Estudos em Saúde, Medicina e Espiritualidade (Nesme) da UFF, pacientes são atendidos gratuitamente por professores e estudantes.

Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), alunos criaram a Liga Acadêmica de Medicina e Espiritualidade (Liame), em 2014, para dar espaço a pesquisas e debates sobre o tema. Abrangendo a necessidade de “cuidar de quem cuida”, um grupo de apoio aos estudantes da Liame recebe alunos de Medicina para que eles também expressem suas emoções e tenham melhores condições de lidar com elas.

— Criamos a Liame com base no aumento do interesse acadêmico-científico pelo tema de saúde e espiritualidade. Em 1998, foi proposta pela OMS a inclusão da dimensão espiritual do ser à sua definição de saúde, convidando-nos a repensar o paradigma científico frente ao diálogo com o sentido espiritual da vida — contextualiza Carlos Roberto Figueiredo, estudante da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj e fundador da Liame.

Perdoar faz bem à saúde

Para a psiquiatra Carmita Abdo, diretora da Associação Médica Brasileira (AMB) e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), uma comprovação do que é defendido pela disciplina de Medicina e Espiritualidade e pela Liame está nos efeitos, negativos ou positivos, das substâncias produzidas pelo corpo humano após a experiência de sensações boas ou ruins.

— As emoções levam a modificações de substâncias no organismo. Quando liberamos ocitocina e endorfina, elas nos levam à melhora na imunidade e a sensações de bem-estar. O contrário ocorre com sensações negativas, que liberam substâncias que baixam a imunidade. Com o perdão não é diferente. Quando perdoamos alguém temos a sensação de alívio, de gratificação, o que é revertido em ocitocina — explica.

O conscienciólogo — profissional que estuda a consciência humana — Mário Oliveira é membro da Associação Internacional de Parapsiquismo Interassistencial (Assip), com sede em Foz do Iguaçu, que tem em uma de suas frentes a compreensão da importância do perdão para o processo de cura das doenças.

— Mantemos um curso para conscientizar sobre a importância de perdoar. Acreditamos que a falta de perdão tem criado problemas de saúde, seja câncer, depressão, alergias ou dores, todos associados às mágoas guardadas. Com o tempo, esses sentimentos tendem a se manifestar de alguma forma, de maneira comportamental ou física. É difícil fazer essa ponte, e por isso criamos um seminário dedicado à prática do perdão. Com exercícios e palestras, os participantes são estimulados a perdoar — explica Oliveira, que tratá o seminário ao Rio, no Flamengo, nos dias 4 e 5 de agosto.

Em Niterói o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), em Icaraí, realizará um curso com a temática do perdão no dia 19 de agosto. Alessandra Nascimento, coordenadora do IIPC no Estado do Rio, acrescenta:

— Estudamos a ciência que tem como base a relação da consciência com o corpo físico e suas energias, e acreditamos que a energia tem interação muito grande na saúde. Seu desequilíbrio pode causar doenças. Quem tem dificuldade de perdoar tem muito apego, o que atrai energias de baixo padrão, podendo adoecer o corpo.

Sobre mim - Jamile Coelho

Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Enfrentei o câncer quatro vezes e criei o Projeto Chama Acesa para ajudar quem está em busca do caminho da cura. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br.

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