terça-feira, 4 de setembro de 2018

Como o livro CHAMA ACESA foi construído: uma parceria e dois sonhos


Escrever um livro sempre foi um sonho para mim. E a realização de um sonho acontece no momento certo, quando aquele sonho está forte o suficiente para nascer. 

Um sonho é como uma semente plantada em nosso coração, que vai sendo cuidada e, quando ganha força, rompe a barreira para desabrochar. No entanto, deixa as raízes dentro para garantir a sustentação e para mostrar a importância do processo. 

Posso comparar também um sonho com um passarinho, pois adoro pássaros. Precisa ficar na incubadora, que é o ovo, para se formar, fortalecer e nascer. Nascer para aprender a viver, a cantar, a voar e, por fim, alçar voos mais altos com liberdade e força. 

Eu acredito que esse processo da semente plantada até o desabrochar, do passarinho no ovo incubado até nascer, pode muito bem representar o processo de criação e construção do livro Chama Acesa, que é a minha biografia. 


Entre mim e a Patricia aconteceu uma parceria eficaz, firme e amorosa de duas pessoas com perfis bem diferentes, mas complementares para equilibrar a construção do processo. Uma emocional demais e a outra mais lógica e racional. Uma é mais reservada e a outra extremamente falante e interativa. Uma muito “terra”, a outra muito “água”. 

No entanto, apesar das diferenças, temos em comum uma forte sensibilidade que nos conectou para a criação do livro da forma mais verdadeira possível. O elo que surgiu nessa jornada foi se fortalecendo e resultou em laços de afeto e respeito sólidos. 

Não tem como escrever um livro da vida de uma pessoa sem se colocar no lugar dela, de corpo e alma. As lembranças dos acontecimentos foram guiadas pelas perguntas que a Patricia elaborava e me enviava por e-mail. 

E ela me dizia: "Não se preocupe em ordenar. Lembrou, escreve de forma espontânea". Perguntas essas que buscavam acontecimentos de minha vida no tempo e no espaço, entremeados com diversas emoções, de dores fortes a alegrias intensas. E esse trabalho durou meses. Eu gostava muito de escrever à noite e me perdia no tempo, pois o fluxo vinha com muita naturalidade. Tudo estava pronto para nascer. 

E assim foi... Em alguns dias, ligava para minha irmã pedindo a versão dela sobre algum fato para olhar de outro ângulo o que havia acontecido. Em outros dias, as lembranças me faziam rir ou chorar muito. Algumas eram mais difíceis de lidar e tinha momentos que queria “fugir” delas perguntando para a Patricia: "você já não fez essa pergunta?". E ela respondia: "não tem pergunta repetida". Então, eu concluía que tinha que encarar e buscar as respostas dentro de mim. 

E assim o processo foi se desenvolvendo de dentro pra fora. No início, ela me mandava o que havia escrito de forma mais ordenada para eu revisar, mas, quando eu lia, sempre queria mudar (estilo habilidoso muito forte) e ela percebeu que, dessa maneira, o livro nunca iria terminar. 

De forma segura e firme, optou por não me mandar de volta cada bloco de perguntas respondidas para revisão e prosseguimos o trabalho. Na finalização, reli e revisei tudo. Lembrei de mais alguns detalhes para completar e percebi que algumas partes poderiam ser enxugadas. E o livro foi concluído. 

Hoje, com o Chama Acesa em mãos, sinto que chegou o momento em que eu me sinto apta para fazer um agradecimento especial e justo à Patricia Zwipp, uma jornalista criteriosa, exigente, que ama ler e escrever e que tinha um sonho: escrever um livro. E por que eu me sinto assim? 

- Porque partiu dela começar o livro com o primeiro capítulo dedicado à minha mãe, que foi uma pessoa fundamental em minha vida. 

- Foi ela que me ajudou a materializar o blog e as redes sociais do Projeto Chama Acesa, sintetizando textos e escolhendo imagens, com grande habilidade, desde 2013. 

- Foi a Patricia que teve a perspicácia de transformar o período em que fiquei doente no fio condutor da história, o que acabou originando o nome do livro. 

- Foi ela que teve o insight de dividir o livro nas estações do ano, que escreveu a mensagem de cada estação e me ajudou a escolher as fotos. 

- E por último, conquistou a maestria ao tecer como uma obra de arte todos os acontecimentos de minha vida de forma não-linear, ou seja, não escreveu cada etapa separadamente como nos livros biográficos, por ordem cronológica. Optou por utilizar o tempo "Kairós", ou seja, o tempo em que as coisas acontecem por dentro, de forma totalmente interligada. 

É preciso muita conexão e sensibilidade para conseguir fazer isso e, quando vi o resultado, ou seja, o livro pronto, eu chorei. E ela também. Assim, foram dois sonhos que a VIDA magistralmente uniu para nascerem juntos.

Sobre mim - Jamile Coelho
Sou consultora de projetos educacionais e sempre acreditei em educação para a vida, autoconhecimento e inovação. Enfrentei o câncer quatro vezes e criei o Projeto Chama Acesa para ajudar quem está em busca do caminho da cura. Confira minha história e meu trabalho no site www.jamilecoelho.com.br.

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