Passado
o primeiro momento, o da descoberta do câncer, com o tempo vamos nos dando
conta de que a doença funciona realmente como uma espécie de LIBERTAÇÃO. Isso
eu senti depois de mais uma reincidência, que me fez procurar um apoio
terapêutico e tentar descobrir qual a causa da doença estar voltando. Não
poderia mais fugir, passar por cima do que estava acontecendo e racionalizar.
Posso
afirmar com muita segurança que, nesses 12 anos, fui me libertando de muitos
dos meus medos, de tudo que me amarrava e me prendia por dentro. Resgatei a
verdadeira Jamile, com os seus talentos e dificuldades. E até hoje continuo na
luta constante para não me perder de mim.
Tive
também a liberdade de escolher e decidir não fazer mais uma quimioterapia, uma
vez que o meu tumor tinha 1 cm e, como disse meu médico oncologista, Dr. Sergio
Simon, profissional competente e muito humano: “ Se o tumor tivesse 0,8 cm
mandaria você para casa viver sua vida normal e fazer os exames de controle. Se
tivesse 1,2 cm, a opção de uma quimioterapia não poderia ser descartada. Mas,
como é 1 cm, a decisão é sua em fazer ou não a quimio”. No mesmo momento,
decidi que não faria, pois tinha uma vida saudável, gostava de viver e achei
que deveria correr o risco de viver menos, mas bem. Não precisei conversar com
meu marido e meus filhos como ele havia me sugerido, pois essa decisão nasceu
firme e segura, de dentro para fora, e era minha. Não hesitei, pois me senti
segura e alinhada com meu interior.
Na
sua opinião, o câncer pode ser uma libertação? Passou por essa experiência?
Conte sua história!
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