segunda-feira, 13 de maio de 2013

Intestino e Quimioterapia



Você sabia que nosso intestino tem, em média, 30% de bactérias “ruins” e 70% de bactérias “boas”? Quando fazemos quimioterapia isso se inverte, ou seja, nosso intestino fica, em média, com 70% das ruins e 30% das boas. Há um desequilíbrio, o que afeta muito nossa saúde.

Hoje, o assunto é intestino e a quimioterapia. Vou compartilhar o texto da minha nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos:

A quimioterapia destrói células de rápida replicação, como o tumor, porém, as células intestinais estão entre as que mais rapidamente se replicam, sendo assim, nosso intestino é altamente agredido durante a quimioterapia.

Um intestino lesionado afeta diretamente na imunidade (já que é onde as IgAs - um tipo de imunoglobulina - são altamente produzidas), e mais do que nunca a imunidade tem que estar em alta. A microbiota (flora intestinal) vai ficando comprometida, bactérias patogênicas e fungos proliferam, e probióticos (bactérias protetoras como os lactobacillus) começam a “morrer”, pois o pH não está mais propício para sua proliferação.

Alguns sintomas são típicos de um intestino que não está bem colonizado, como mau hálito, língua branca, aumento da formação de gases, azia, refluxo, constipação, diarreia, alternância entre intestino preso e solto, consistência de fezes alterada, cabelo quebradiço, unhas frágeis, desequilíbrio de peso (aumento excessivo ou perda excessiva), alterações na pele, imunidade baixa.

Alimentação
No tratamento do câncer, mais do que nunca, é importante cuidar do intestino. Portanto, devemos apostar na alimentação de fácil digestão, com boa mastigação e boa utilização de nossas enzimas digestivas, sem excesso dos alimentos que temos maior dificuldade para quebrarmos (digerirmos) até o final (até sua menor forma, de nutriente). Alimentos com uma cadeia proteica muito longa (alto peso molecular) são mais difíceis de serem digeridos, como trigo, soja e laticínios.

Porém, somos seres únicos e as reações são individuais, podemos ter dificuldade em digerir qualquer alimento. Por esse motivo, o interrogatório nutricional é extenso, para obtermos o maior número de informações sobre a saúde atual e o histórico. Só assim poderemos entender melhor o que o corpo de cada um tolera.

A alimentação, além de fornecer em maior quantidade nutrientes que desinflamam o organismo, deve suplementar algumas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos essenciais para adequado aporte nutricional no quadro agudo (câncer), assim como outros sinais e sintomas do dia a dia, que podem ser comuns, mas não normais de quem está com a saúde em dia, por exemplo: alergias (rinite, sinusite, asma), dores articulares, náusea, azia, flatulência aumentada, constipação, dor de cabeça, unhas quebradiças, falta de concentração e memória, irritação, sonolência ou insônia, falta de energia, entre tantos outros, ansiedade, necessidade de doce, candidíase, infecção urinária, psoríase, depressão, inchaço.

Índice glicêmico
O índice glicêmico e carga glicêmica da alimentação (quantidade de açúcar e velocidade com que são absorvidos para nosso sangue) são fatores importantes de controle para que a glicose e insulina fiquem em valores adequados e não estimulem crescimento tumoral. Alimentos transformados rapidamente em açúcar (como os refinados), assim como o próprio açúcar, devem ser consumidos com cautela e o excesso de carboidrato na mesma refeição deve ser evitado.

Alimentar-se bem vai muito além de contar calorias, restringir açúcar, gordura e sal. Lembremos sempre que nosso corpo tem formação em torno de 100 trilhões de células, que são exclusivamente formadas por nutrientes. Temos o livre arbítrio de escolher a qualidade de nossa matéria-prima, nós somos o que comemos. Portanto, mais do que alimentar a “fome do nosso estômago”, uma nutrição adequada fornece nutrientes para o corpo e a alma. Façamos do alimento nosso remédio!

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