Você sabia que nosso intestino
tem, em média, 30% de bactérias “ruins” e 70% de bactérias “boas”? Quando
fazemos quimioterapia isso se inverte, ou seja, nosso intestino fica, em média,
com 70% das ruins e 30% das boas. Há um desequilíbrio, o que afeta
muito nossa saúde.
Hoje, o assunto é intestino
e a quimioterapia.
Vou compartilhar o texto da minha nutricionista, Dra. Luana Vasconcelos:
A
quimioterapia destrói células de rápida replicação, como o tumor, porém, as
células intestinais estão entre as que mais rapidamente se replicam, sendo
assim, nosso intestino é altamente agredido durante a quimioterapia.
Um intestino lesionado afeta
diretamente na imunidade (já que é onde as IgAs - um tipo de imunoglobulina -
são altamente produzidas), e mais do que nunca a imunidade tem que estar em
alta. A microbiota (flora intestinal) vai ficando comprometida, bactérias
patogênicas e fungos proliferam, e probióticos (bactérias protetoras como os
lactobacillus) começam a “morrer”, pois o pH não está mais propício para sua
proliferação.
Alguns sintomas são típicos de um
intestino que não está bem colonizado, como mau hálito, língua branca, aumento
da formação de gases, azia, refluxo, constipação, diarreia, alternância entre
intestino preso e solto, consistência de fezes alterada, cabelo quebradiço,
unhas frágeis, desequilíbrio de peso (aumento excessivo ou perda excessiva),
alterações na pele, imunidade baixa.
Alimentação
No tratamento do câncer, mais do
que nunca, é importante cuidar do intestino. Portanto, devemos apostar na
alimentação de fácil digestão, com boa mastigação e boa utilização de nossas
enzimas digestivas, sem excesso dos alimentos que temos maior dificuldade para
quebrarmos (digerirmos) até o final (até sua menor forma, de nutriente).
Alimentos com uma cadeia proteica muito longa (alto peso molecular) são mais
difíceis de serem digeridos, como trigo, soja e laticínios.
Porém, somos seres únicos e as
reações são individuais, podemos ter dificuldade em digerir qualquer alimento.
Por esse motivo, o interrogatório nutricional é extenso, para obtermos o maior
número de informações sobre a saúde atual e o histórico. Só assim poderemos
entender melhor o que o corpo de cada um tolera.
A alimentação, além de fornecer
em maior quantidade nutrientes que desinflamam o organismo, deve suplementar
algumas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos essenciais para
adequado aporte nutricional no quadro agudo (câncer), assim como outros sinais
e sintomas do dia a dia, que podem ser comuns, mas não normais de quem está com
a saúde em dia, por exemplo: alergias (rinite, sinusite, asma), dores
articulares, náusea, azia, flatulência aumentada, constipação, dor de cabeça, unhas
quebradiças, falta de concentração e memória, irritação, sonolência ou insônia,
falta de energia, entre tantos outros, ansiedade, necessidade de doce,
candidíase, infecção urinária, psoríase, depressão, inchaço.
Índice
glicêmico
O índice glicêmico e carga
glicêmica da alimentação (quantidade de açúcar e velocidade com que são
absorvidos para nosso sangue) são fatores importantes de controle para que a
glicose e insulina fiquem em valores adequados e não estimulem crescimento
tumoral. Alimentos transformados rapidamente em açúcar (como os refinados),
assim como o próprio açúcar, devem ser consumidos com cautela e o excesso de
carboidrato na mesma refeição deve ser evitado.
Alimentar-se
bem vai muito além de contar calorias, restringir açúcar, gordura e sal.
Lembremos sempre que nosso corpo tem formação em torno de 100 trilhões de
células, que são exclusivamente formadas por nutrientes. Temos o livre arbítrio
de escolher a qualidade de nossa matéria-prima, nós somos o que comemos.
Portanto, mais do que alimentar a “fome do nosso estômago”, uma nutrição
adequada fornece nutrientes para o corpo e a alma. Façamos do alimento nosso
remédio!
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