domingo, 18 de maio de 2014

Uma história de vida e um legado



Um dia, um brilhante psiquiatra e pesquisador na área de neurociência resolveu substituir o estudante que ficara de comparecer a uma de suas experiências neurológicas. Entrou na maquina de ressonância magnética, mas seus colegas logo interromperam o procedimento com uma alarmante notícia: havia um tumor em seu cérebro. E pior: pessoas diagnosticadas com esse tipo de tumor poderiam ter, no máximo, seis meses de vida. O episódio ocorreu há quase vinte anos e desencadeou uma mudança radical no pesquisador e autor do livro Anticâncer, Dr. David Schreiber. Determinado a compreender a doença, fez um extensivo levantamento de estudos científicos sobre alimentos, terapias complementares e fatores que poderiam ajudar na sua recuperação. Confiram abaixo trechos do livro que me inspirou a criar o Projeto Chama Acesa:

"Há 17 anos, descobri por meio de um experimento de mapeamento do meu próprio cérebro que eu tinha câncer cerebral. Da sala de espera no décimo andar do prédio de oncologia, me lembro de olhar para as pessoas nas ruas, distantes e sem saber, seguindo com a rotina. Eu tinha sido expulso daquela vida, separado da ocupação direcionada aos próprios objetivos e das promessas de alegria pelo prospector de uma provável morte precoce. Não estando mais enrolado no manto confortável de médico e cientista, eu tinha me tornado um paciente com câncer. Este livro é a historia do que aconteceu depois; do retorno à vida e à saúde - na verdade, a um nível de saúde que eu nunca tinha atingido antes - mesmo sabendo que tinha câncer. 

A publicação de Anticâncer em 2008 iniciou um novo capítulo na minha jornada. Depois de manter a doença em segredo por 14 anos, pude juntar aquilo que aprendi e divulgá-lo para pessoas do mundo todo que estavam com medo, deprimidas ou que tinha perdido a esperança. Pude discutir essas idéias com médicos, cientistas, políticos e ativistas e fazer uma comparação direta das minhas observações com as suas experiências. Depois da publicação em 35 idiomas, em que quase cinquenta países, e depois de mais de um milhão de exemplares vendidos, minha convicção de que todos podemos fortalecer as defesas naturais do corpo contra o câncer foi reafirmada. E ainda minha crença de que essa abordagem devia ser parte da prevenção e do tratamento do câncer para todo mundo.

Nos últimos dois anos, as pesquisas também chegaram a novas provas, explicações e perspectivas sobre como todos nós podemos aprender a fortalecer nossa saúde e melhorar nosso “terreno” criando uma biologia anticâncer dentro do nosso corpo, assim como confirmaram a importância de prestar atenção a como as emoções podem afetar o rumo do câncer.

Em muitas discussões com meus colegas da área médica - médicos, oncologistas, psiquiatras– e com o público, me dei conta de que a mensagem do livro sobre nutrição foi muito mais facilmente absorvida do que a análise de fatores mente-corpo e do papel crucial que o sentimento de impotência tem em promover o câncer. 

Se há uma única mensagem clara e enfática que eu gostaria de enviar é a de que temos que prestar muita atenção à conexão mente e corpo, principalmente no impacto negativo de sentimentos prolongados de impotência e desespero. Quando não se cuida deles, esses sentimentos - e não os estresses da vida em si - contribuem para os processos inflamatórios que podem ajudar o câncer a crescer. Há métodos simples e que funcionam de fato para domar esses sentimentos, aumentar a satisfação pessoal e, ao mesmo tempo, reduzir a inflamação.

Aproveitei essa oportunidade para compartilhar com você a história de Kelly, que, em sua luta contra o câncer de mama, pôde contar com amigos para dar a ela o apoio e o amor de que precisava para enfrentar a provação. Estudos recentes mostram que, na verdade, não é só o amor de um marido, esposa ou filhos que permitem que o estado de espírito permaneça forte e reduza a velocidade de progressão da doença, mas também o simples amor e cuidado de amigos de maneira geral, tanto velhos quanto novos.

Em termos de nutrição, estudos recentes promissores descobriram vários novos alimentos anticâncer. Frutas com caroço grandes, como ameixa e pêssego, podem agora ser incluídas nessa categoria. Novos dados sobre o azeite de oliva, que já tinha sido fortemente recomendado na primeira edição, agora o tornam um alimento anticâncer completo, agindo contra diversos tipos específicos de câncer.

Além disso, dois novos estudos mostraram exatamente quantas xícaras de chá verde precisam ser tomadas por dia para reduzir o risco de câncer de mama ou próstata em mais de 50%. Novos adoçantes naturais -mel de acácia e açúcar de coco, caracterizados por um baixo índice glicêmico - aparecem no mercado, junto com o néctar de agave.

Novas pesquisas confirmaram a importância da vitamina D3 na prevenção do câncer, particularmente nos países onde a falta de luz solar faz com que a pele não consiga sintetizar quantidades suficientes dessa vitamina durante o inverno."

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