Nesta semana, compartilho com vocês depoimentos de três mulheres que enfrentam o câncer de mama sem deixar de lado a autoestima e a alegria de viver. O conteúdo é todo da revista Ana Maria:
"Recebi o diagnóstico em 2012, durante os exames para colocar silicone nos seios. E o câncer já estava espalhado, sem chance de cura. Faço tratamento para controlar as metástases, que são muitas. Nem cheguei a tirar as mamas. Quando o cabelo começou a cair, só me importava em lutar pela minha vida. Nunca me preocupei em sair sem lenço ou peruca, não tenho vergonha de me expor. Sempre uso maquiagem, procuro me sentir bonita. Acabei aprendendo a me amar de verdade. No começo, o médico dizia que eu estava proibida de fazer atividade física. Fui pesquisar, vi que pessoas com câncer podem, sim, se exercitar. Acabei sendo liberada por ele. Foi como ter minha vida de volta! Me sinto bem-humorada, feliz!" - Silvania Gonçalves, 36 anos, professora de educação física
"Quando descobri o câncer, precisei retirar uma das mamas. Fiquei desesperada, só chorava, a vida tinha acabado para mim. Estava tão deprimida que pedi para o meu marido tirar todos os espelhos de casa, não me aceitava mais. Fiquei nesse estado durante dois anos, até que soube do projeto Dança do Ventre e Câncer de Mama, do Hospital das Clínicas de Botucatu, no interior de São Paulo. No começo fui só observar, mas acabei me arriscando a dançar. Posso dizer que eu me reencontrei naquela sala de aula! Descobri que minha feminilidade não está apenas na mama. Sou muito mais que isso. Posso ser feminina e sedutora com todo o meu corpo. Voltei a ser feliz." - Maria Dias, 28 anos, vendedora
"Tinha 31 anos quando recebi o diagnóstico. Foi o dia mais difícil da minha vida, mas logo tentei tomar as rédeas da situação. Só queria saber o que fazer para ficar boa. Tirei um pedaço da mama, fiz duas cirurgias, depois quimio e radioterapia. Minha autoestima ficou abalada, claro, mas eu tinha que continuar a me sentir mulher. Colocava cílios postiços, desenhava a sobrancelha como eu queria, dava para ser várias em uma só. Minha vida sexual também ficou balançada, a gente perde a lubrificação, a vontade de transar. Mas você precisa do carinho do seu marido e ele do seu. A quantidade de relações diminui durante o tratamento, mas elas têm que existir. Precisa usar lubrificante, ter cuidado, avisar quando machuca. Assim que acabei a quimio, procurei um personal para trabalhar minha musculatura, pois fiquei muito tempo fazendo apenas caminhada. Comecei a sentir os músculos de volta, isso me ajudou a recuperar a vitalidade mais rapidamente. No final, o câncer fez com que eu me redescobrisse. Mudei meu estilo de vida, renasci. Foi minha cura." - Vânia Castanheira, 32 anos, autora do blog Minha Vida Comigo.
Cuidar das emoções durante o tratamento é fundamental
- Se o médico liberar, faça uma atividade física. "Está comprovado que a prática de exercícios diminui as chances de recidiva, a volta do tumor", conta o mastologista Gilberto Amorim, membro do Grupo Brasileiro de Estudos em Câncer de Mama.
- "Encontrar pessoas que você queira bem, cuidar da aparência e trabalhar sempre que for possível ajuda a elevar a autoestima e a recuperar a alegria", explica Luciana Holtz, psico-oncologista e presidente do Instituto Oncoguia.
- Conviva com pessoas que estão enfrentando o mesmo processo. "Vibrar com a alegria do outro ou apoiar quem está fragilizado faz com que a paciente não se sinta sozinha", afirma Luciana.
- Faça arte: através do desenho, da pintura ou de qualquer outra técnica é mais fácil colocar para fora seus sentimentos, medos e sonhos.
- Se a libido diminuiu por causa do tratamento, o que é normal, converse com seu médico. Ele pode indicar remédios para ajudar nisso.
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